Os verdadeiros vencedores

Seul, Olimpíadas de 1988. Prova final de atletismo dos 100 metros rasos, uma das competições mais aguardadas dos jogos. Entre os finalistas, dois prevalecem. O americano Frederick Carlton Lewis ou simplesmente Carl Lewis, como era conhecido, e o canadense Ben Johnson. É dada a largada e, com pouco menos de dez segundos a corrida termina com Johnson em primeiro e Lewis em segundo. No entanto, a prova não se encerra aí; dias depois sai o resultado do exame anti-dopping e o canadense é pego. Assim, a medalha de ouro passa para as mãos de Carl Lewis, o verdadeiro vencedor.

A corrida da vida

O fato ocorrido nos jogos olímpicos de Seul representa categoricamente aquilo que ocorre em outra corrida: A corrida da vida. Porém, essa carreira, diferentemente, não é medida pela velocidade, antes pela distância que percorremos. O que importa não é a agilidade e sim a maneira como procedemos o caminhar. Ao contrário da história relatada, cuja pista era sem barreiras, na corrida da vida existem não poucos obstáculos pelo caminho. Barreiras essas que às vezes nos levam ao chão como o desaparecimento de um filho, o câncer que assola um pai, a morte de um ente ou a traição de um cônjuge. Muitos ao cair, levantam-se e prosseguem na caminhada, outros, porém, permanecem ali mesmo.

Na corrida da vida todos querem ser vencedores: o primeiro da turma da escola, o melhor no trabalho, o rapaz rico e o craque do esporte são apenas alguns dos exemplos. Assim, para obterem tais “títulos”, alguns trapaceiam. Utilizam-se desde a simples “cola” no colégio até o furto no trabalho, desde passarem “por cima” do companheiro de serviço até a fraude no esporte. Subterfúgios esses utilizados com o fim exclusivo de chegarem ao primeiro lugar e então serem considerados como os vencedores. Declarados como “primeiro lugar”.

No geral as pessoas querem vencer. Pretendem obter sucesso e, sobretudo, demonstrarem isso para a suas famílias, seus amigos e para a sociedade em geral. Ninguém deseja ser um perdedor, ou o “desajeitado” da turma. Por essas e outras que cursos e palestras do tipo “Alcance o sucesso” estão aí sendo ministradas aos montes e lotando os auditórios. Nesses eventos são ensinadas técnicas de auto-ajuda, auto-estima e dicas de como a pessoa deve fazer para se dar bem na vida.

Equívocos

Biblicamente, tanto um quanto outro estão completamente equivocados; ou melhor, tanto a trapaça quanto as técnicas de auto-ajuda não fazem do indivíduo um verdadeiro vencedor na corrida da vida. Não é a fraude, tampouco as receitas do sucesso, ingredientes para a plena vitória. Por que? Vejamos.
A resposta está, primeiramente, na forma como encaramos a nossa corrida. Se acreditarmos que a pista que percorremos possui somente “alguns metros” de distância, cuja chegada está bem ali, no final da nossa passageira existência, poderíamos, então, ter como certo, que o subterfúgio da trapaça seria a melhor opção para sermos os vencedores. Entretanto, a pista da nossa corrida é bem mais distante que qualquer maratona olímpica. Nosso tempo de existência é somente a largada de uma eternidade que nos aguarda, cujo final pode ser bom ou ruim. E quanto àqueles que trapacearam, serão pegos no maior de todos os exames: O exame de Deus da consciência do homem. Assim, os que começaram bem, terminarão mal. Os que pensavam serem os vencedores, serão, na realidade, os perdedores.

Os verdadeiros vencedores

Dissemos que a corrida é longa e que está repleta de obstáculos. Assim, as dicas de auto-ajuda para o sucesso e as receitas de vitória não têm valor algum diante das barreiras da vida. A tristeza, a solidão, a depressão ou a amargura que abate o ser humano não desaparecem somente com o fato de seguirmos as idéias dos palestrantes do sucesso, que no geral enfatizam o poder do homem com base no “você pode” ou “você faz”. Na corrida da vida precisamos de um apoio extra, de Alguém, que não nós mesmos, para nos auxiliar e ajudar-nos a “pular” os obstáculos dessa carreira. E a única pessoa capaz de fazer isso chama-se JESUS! Ele, além de nos ajudar a passar pelas dificuldades vividas, leva-nos ainda para a melhor fase da corrida: a eternidade.
Deus tem pleno controle sobre as nossas circunstâncias. Todas as situações em que nos envolvemos estão sob o controle de dEle. Ele é soberano!

Ademais, dicas de como se dar bem na vida Jesus tem várias, veja uma: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mat. 11:28).

O verdadeiro vencedor é aquele que, apesar das dificuldades, consegue, com a ajuda de Cristo, passar por todos os obstáculos, sem com isso renunciar a dignidade da pessoa humana. É aquele que, mesmo na adversidade, prossegue avante. Pois, com Cristo, nossa caminhada adquire novas proporções. Passamos a compreender que é pela forma de se caminhar que se torna um verdadeiro vencedor e não simplesmente chegar ao alvo.
Paulo expôs a diferença entre o atleta comum e um atleta cristão: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar um coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não batendo no ar” (I Cor. 9:24-26). Assim, o verdadeiro vencedor, não é aquele que obtém uma vitória passageira, antes eterna. Pois, assim como nos jogos olímpicos “Aos vencedores, o homem oferece medalhas. Deus, no entanto, entrega coroas!” E Ele está na chegada torcendo por você! Corra para Ele!