Homossexualidade e nossa atitude

Em 1869 o escritor e jornalista austro-húngaro Kertbeny cunhou o termo homossexual, que deriva do grego homos, que quer dizer “semelhante”, “igual”, significando um ser que sente atração fisica, sexual, emocional por outro do mesmo sexo. Um ano depois, Westphal lança “As Sensações Sexuais Contrárias” definindo a homossexualidade em termos psiquiátricos como um desvio sexual, uma inversão do masculino e do feminino. Deu-se, portanto, desde o início, uma idéia totalmente negativa à homossexualidade, sem haver nenhuma preocupação com o fato de que tal pessoa tinha uma alma e era alguém que precisava ser aceito e ajudado, alguem que também precisava ser trannsformado pelo poder do evangelho de Cristo.Não se trata de escolha ou opção mas, sim, de condicionantes de ordem pessoal, familiar, cultural, econômico-político-social e mesmo espiritual, e como servos de Deus temos que ajudá-los com a palavra de Deus. São pecadores tais como nós e carecem da glória de Deus (Rm 3:23).

Tem sido detectado tal disturbuio da sexualidade também em animais, mas não se pode comparar com o problema em seres humanos, uma vez que o binômio homem versus animal não pode ser usado em termos de comparação, tendo em vista a existência no ser humano de consciência e volição. Significa dizer que enquanto o animal age por instinto, o homem tem consciência das suas ações e tem domínio sobre a vontade, podendo assim ser responsabilizado pelos seus atos.

Atribui-se a vários fatores a existência do homossexualismo, tais como: A educação recebida no lar, a pressão da sociedade, o apelo pós-moderno para que o homem expresse sua sexualidade sem barreiras, distúrbios físicos e hormonais, a opção sexual de cada um, entre outros. Mas em suma podemos afirmar que é prova incontestável da degeneração da raça humana, ocasionada pela entrada do pecado no mundo. Índices apontam para a adolescência como a fase mais propícia para a “descoberta” da homossexualidade.

Na crise de identidade, tão comum na adolescência, surgem as incertezas sobre a sexualidade, uma vez que as transformações de ordem biológica não acontecem com todos os adolescentes na mesma velocidade e intensidade. De modo geral, ao perceberem as mudanças em seu corpo, eles começam a fazer comparações, e nem sempre um entende porque aquilo que já aconteceu com o outro não aconteceu ainda em seu próprio corpo. Nessa ocasião, surgem as dúvidas sobre a sexualidade, pois os adolescentes começam a questionar suas reações, suas características e suas preferências, comparando com o perfil daqueles a quem ele admira no grupo. Por isso, é importante orientá-los nesta fase, mostrando o propósito de Deus para a sexualidade humana. Entre os meninos é comum as brincadeiras com o adolescente que ainda não têm barba, e que fala fino, ou que não teve experiências com as meninas ainda. Da mesma forma, um jovem “educado demais” pode ser confundido pelos amigos como sendo efeminado. Entre as meninas, estranha-se aquela que é forte, apegada demais e gosta de jogar futebol, ou que prefere estar com os meninos. É preciso entender que as pessoas não são iguais e tal comportamento não revela obrigatoria e necessariamente sinais de homossexualidade, embora eles sejam pressionados a acreditar nisto diariamente.

A prática homossexual é vista pela Bíblia como um distúrbio abominável ao Senhor, e em Romanos a prática do lesbianismo é denominada “paixões infames” Rm 1:26, e genericamente é explicada pelo apóstolo Paulo como sendo fruto de uma disposição mental reprovável, ou sentimento perverso (Rm 1:28). O texto trata da devassidão própria dos que abandonam a Deus e se inflamam em sua sensualidade, cometendo torpezas, homens com homens e mulheres com mulheres. Diante da visão bíblica a respeito, não podemos aceitar a “prática” homossexual como algo simples e comum, mas devemos interpretá-la como um comportamento próprio do pecador, por isso, ao ter um encontro com Cristo pela fé, um homoafetivo (termo preferido por psiquiatras e especialistas) se tornará uma nova criatura, e independentemente dos seus sentimentos e desejos carnais, ele, como todos nós, haverá de mortificar a carne e viver para Deus. Vale lembrar que ainda que haja uma conversão verdadeira, em alguns casos, a deformação do corpo que porventura possa ter ocorrido não desaparecerá automaticamente, cobrando de nós tolerância e aceitação, levando-se em conta, obviamente, a transformação de comportamento, o testemunho de novidade de vida e o abandono do pecado, que inevitavelmente acontecerá nos salvos.

Depreende-se então que não podemos ser coniventes com o pecado da prática homossexual, entretanto, discriminá-los, como se fossem o pior tipo de pecadores não é nem sábio, nem espiritual. Os que adotam a prática do homossexualismo não são mais pecadores do que os adúlteros, ou os roubadores, e tanto estes como aqueles precisam ser amados como pecadores que podem chegar ao conhecimento da verdade, e arrependendo-se verdadeiramente e abandonando as paixões carnais, podem viver vidas que glorificam a Deus. Sendo assim, excluí-los não irá ajudar em nada, pois tal atitude não pode revelar a eles a graça salvadora manifestada a “todos” os homens (Tito 2:11). Mas compete-nos afirmar que aceitá-los como pecadores carentes, e apresentar-lhes a Cristo, não é para qualquer um, pois é preciso ter tanto coragem de enfrentar o preconceito, quanto amor pelo próximo, como ordena as Escrituras. Quem ama, comunica o evangelho! Também é preciso certo preparo com este tipo de ministério.

Finalmente, lembremos que devemos pregar o evangelho a “toda criatura”, e que Deus não faz acepção de pessoas (Mc 16:15; Rm 2:11), e quando o fazemos, pecamos contra Ele (Tiago 2:9). Acharmos repugnante a prática do homossexualismo é uma atitude correta, pois devemos julgar abominável todo pecado, rejeitando a sua idéia e a conduta dos que vivem nessa prática, entretanto, temos uma responsabilidade evangelística para com todo homem, e esta nos será cobrada. Que Deus nos abençoe a enxergar em cada pessoa uma alma e em cada pecador uma oportunidade.