Diário de bordo

– Levantem a âncora, icem as velas, vamos zarpar!
– Mas, capitão, olhe o tempo, as nuvens, o mar… será o momento?
– Marujo, eu conheço essas águas pra saber que não tem com o que se preocupar.
– Sim, Senhor! Mas… o céu, a força do vento…???
– Obedeça marujo! É meu navio, minha tripulação!
Ignore o mar, o que tem que estar calmo, é o seu coração.
– Quanto tempo de viagem, Senhor? Qual a previsão de chegada?
– Marujo, concentre-se na saída, as instruções serão dadas, no decorrer da jornada.

S. Carlos, 12 de outubro de 2001: Diário de bordo

“Já estamos há vários dias no mar, e o que posso narrar, é que com este homem no comando, coisas surpreendentes acontecem!
Até hoje, depois de enfrentarmos uma terrível tempestade, a tripulação ainda está perguntando,
– Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?

Navegamos várias léguas, muitas milhas.
– Capitão, olhe lá, uma ilha!
– Vamos parar, relaxar, queremos pisar em terra firme, terra debaixo dos pés, que maravilha!
– Desvie marujo, contorne; este lugar é um covil de piratas.
– Por ser bonita, esta ilha atrai, seduz,, engana e mata.

Tantos dias no mar… carne, sombra e água fresca,
É só nisso que os homens conseguem pensar.
Eles sonham com a areia, alguns, se lançaram nas águas, ao ouvir o “canto da sereia”
A coisa está feia! Quase houve um motim! Quanto a mim, sei que não estou a deriva,
“Eu sei em quem tenho crido”, ficarei ao lado dele até o fim…
Mas, sinceramente? Gostaria que a viagem terminasse,
De avistar no horizonte algum ponto, que a chegada indicasse.

Para ruminar vida afora:

“E entrando Ele no barco… repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem!?” Mateus 8:23-27.