Fim de farra

Hoje eu sei que a minha liberdade não é a tua!

Quis tanto sair de casa e acabei na rua!

Perambulando, sem limites que me dessem segurança, sem destino, sem rumo certo…

E eu que me achava tão esperto!

Achei sinceramente que poderia sair quando quisesse da minha gaiola dourada.

E de balada em balada, não percebi que a porta se fechava um pouco mais a cada madrugada.

Foi assim que transformei meus sonhos em pó, meu coração em pedra, meu prazer em vício!

Quando saí, jamais pensei que retornar fosse ser tão difícil!

Segui muitas pessoas, pra muitos lugares, em vários momentos da vida.

Só hoje me dou conta que tanto quanto eu, elas também estavam perdidas!

Vida loca, vida bandida, mais um dia nesse mundo cão!

Dizendo não quando deveria dizer sim, e sim, quando deveria dizer não!

Deixando de lado o conselho do Deus vivo e verdadeiro;

Ouvindo a voz do vício, da culpa, fugindo do Éden, pra me esconder no banheiro.

Que droga de vida é essa?

É o atalho que se toma quando se tem pressa.

É o fim da balada. A ressaca do mundo que fez sua cabeça.

A hora da verdade que eu sempre evitei; a verdadeira face das pessoas por quem me apaixonei!

Fugi da casa do meu pai pra aproveitar a vida, na boemia das baladas,

Mas descobri tarde demais que a bajulação era só pra tirar e que naquele reino, ninguém me dava nada.

Cheirei meu dinheiro, minha dignidade, minha alegria e, depois de perder tudo, só me restou a ti.

Então, eu decidi voltar e lhe pedir perdão, pai! Pequei contra os céus e contra o Senhor, muito antes até de partir!

Reconheço que tu nunca fostes a coisa mais importante que eu tinha, mesmo quando estive aqui.

Mas hoje, diante da tua presença, cheirando mal de mãos vazias, desnudo de minhas belas túnicas,

Pai, quero dizer-lhe que tu ainda não és a coisa mais importante que tenho, nem a maior riqueza que possuo!

Tu és a único!

Considero tudo como lixo, como esterco, refugo, para conhecer-te e saber a cada dia quem és.

Renuncio meu trono entre os porcos, para me lançar a teus pés.

Prostro-me diante de ti, Senhor meu e rei meu! Reestabelece sobre mim a tua soberania!

Não por mim, mas, pelo que tu és, cubra minha vergonha com teu perdão, tua graça, tua misericórdia.

Põe no meu dedo de volta o anel da alegria!

Para ruminar vida afora:

“E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;Já não sou digno de ser chamado seu filho” Lucas 15:21