Eu escolho amar

Ultimamente ando pensando sobre o amor entre duas pessoas, sobre como um casal de 70 anos faz para chegar até lá. Também andei pensando sobre a relação entre amar e merecer amar. Sempre tive uma ideia de que só quem ama outro ser sem este merecer é Jesus, que para se amar outra pessoa deve-se sim ter tolerância e respeito com certas coisas, e que bastariam algumas características do amado serem manifestas para tudo de ruim ser revelado. Até que um dia me deparei com a situação onde me perguntava: “o que que tô fazendo aqui?”. Não havia mais o porquê de amar.

As lembranças de lindos momentos juntos e uma certeza de que Deus estava no “negócio” me segurava, me impedia de dar um ponto final nessa história. De fato tudo entre nós sempre foi muito difícil, sempre tivemos que nos unir para enfrentarmos situações onde só a fé nos dava esperança. Tudo isso sempre nos tornava gratos por estarmos um com o outro, olhar para trás e ver como a união fez a força. Mas desta vez foi diferente, o problema de um era o outro.

Se eu falar que tudo explodiu repentinamente estarei mentindo. Eu sabia que em coisa boa não ia dar, mas em vez de declarar guerra, em vez de me revestir com a armadura de Efésios 6 para derrubar mais esse gigante, fechei os olhos, fui atrás de soluções momentâneas, sorrisos para maquiar a verdade em vez de choros para transformar a realidade. Com muito pesar eu digo que vi o cronômetro da bomba, dei meia volta e esperei detonar.

Mas ainda há tempo. Enquanto um de nós estiver vivo ainda haverá. Há alguma situação que torne o cristão impossibilitado? Pedro estava preso, prestes a morrer; a Igreja não podendo fazer nada, fez tudo: orou fervorosamente e as portas da prisão se abriram. Sempre tive mania de querer resolver as coisas com as minhas próprias mãos e não é desta vez que vou fazer diferente. Com as minhas mãos entregarei tudo a Deus. A ação mais sábia de um homem é deixar Deus agir.

Agora me pego na seguinte situação: por que tudo isso? Por que ir atrás de algo que pode não valer mais a pena? Não sei. Pode ser cegueira. Até cogitaria ser um daqueles desejos enganosos do coração, caso ele quisesse isso de fato, porém o que ele quer é que eu alimente a raiva e seja egoísta. Mas estou mais para o mandamento da Nova Aliança: “amarás o próximo como a ti mesmo”.

A grande lição que eu aprendi é que amar não é uma questão de motivo, é questão de escolha. Eu escolho amar.