Vencendo suas batalhas espirituais

Em 1066, uma das batalhas mais decisivas na história foi travada. William, Duque de Normandia, ousou invadir a Inglaterra. Ele convictamente aproximou-se de seu temível adversário com sua arma secreta, uma invenção que daria uma margem a seu exército: um estribo1.

A Inglaterra, a pé, seria facilmente conquistada pelos normans, seguros em seus estribos. Porque eles tinham uma maneira de permanecer na batalha, eles foram vitoriosos.

No campo de batalha da tentação, os cristão devem assegurar-se da vitória. Nós temos uma maneira de permanecer na batalha. Jesus. Senhor do Céu. Vencedor da Morte. Ele é nossa arma secreta.

Triunfo sobre a tentação

Eu ainda rio quando penso na piada que ouvi sobre o administrador que teve uma pequena lição sobre pesca.

Parece que ele percebeu como este rapaz em particular chamado Sam constantemente pescava mais peixes que qualquer outra pessoa. Enquanto os outros pescavam apenas três ou quatro por dia, Sam sairia do lago com um bote cheio. Série após série estava sempre repleto de truta pescada recentemente.

O administrador, curioso, perguntou a Sam seu segredo. O pescador bem sucedido convidou o administrador a acompanha-lo e observar. Então, na manhã seguinte, os dois se encontraram na doca e partiram no bote de Sam. Quando chegaram no meio do lago, pararam o bote e o administrador sentou atrás para ver como aquilo era feito.

A abordagem de Sam era simples. Ele pegou um bastão de dinamite, acendeu, e jogou pro ar. A explosão balançou o lago, com tamanha força que os peixes mortos imediatamente começaram a vir à tona. Sam pegou uma rede e começou a juntá-los.

Bem, você pode imaginar a reação do administrador. Quando ele se recuperou do choque daquilo tudo, ele começou a gritar com Sam. “Você não pode fazer isso! Vou colocá-lo na cadeia, camarada! Você pagará por todos os seus erros!” Sam, enquanto isso, guardou sua rede e pegou outro bastão de dinamite. Acendeu e atirou no colo do administrador com estas palavras, “Você vai ficar sentado aí o dia inteiro reclamando ou vai pescar?”

O pobre administrador foi deixado com uma rápida decisão a tomar. Ele foi arrancado, em um segundo, de um observador a um participante. Uma dinamite de uma escolha deveria ser tomada e ser tomada rapidamente!

A vida é parecida com isso. São poucos os dias que passam sem que fiquemos frente a frente com uma decisão inevitável, imprevisto e sem convite. Como uma avalanche, estas decisões caem sobre nós sem aviso. Elas desorientam e perturbam. Rápido. Imediato. Inesperado. Sem conselho, sem estudo, sem recomendação. Pow! Inesperadamente você é lançado no ar de incerteza e apenas o instinto determinará se você cairá em pé.

Quer um bom exemplo? Olhe para três apóstolos no jardim. Dormindo profundamente. Cansados depois de uma refeição completa e de uma semana cheia, suas pálpebras muito pesadas, foram acordados por Jesus apenas para voltar a cair na terra dos sonhos. A última vez, entretanto, que eles foram acordados por Jesus para retinir espadas, acender tochas e falar em altas vozes.
“Lá está Ele!”

“Vamos pegá-lo!”

Um grito. Um beijo. Um arrastar de pés. Um pequeno conflito. Inesperadamente é hora de decisão. Sem tempo para aconchego. Sem tempo para oração. Sem tempo para meditar ou consultar os amigos. Decisão.

Pedro toma a sua. A espada é tirada. A orelha é arrancada. Jesus o repreende. E agora?

Marcos, que aparentemente era uma jovem testemunha ocular, escreveu estas palavras, “Então todos o abandonaram e fugiram.”2

Essa é uma maneira sutil de dizer que eles correram como ratos assustados. A única coisa que estava se movendo mais rápido que seus pés era a velocidade de suas pulsações. Todas aquelas palavras de fidelidade e compromisso foram deixadas para trás em uma nuvem de poeira.

Mas antes de darmos uma dura nesses seguidores de pés rápidos, olhemos para nós mesmos. Talvez você tenha estado no jardim de decisão algumas vezes. A sua lealdade alguma vez foi desafiada? Você alguma vez já passou por este alçapão do diabo?

Para o adolescente poderia ser um cigarro de maconha sendo passado pelo círculo. Para o homem de negócios poderia ser uma oferta para fazer um desconto “por baixo da mesa”. Para a esposa poderia ser uma chance para ela dar seus “dois dedos” de suculenta fofoca. Para o aluno poderia ser a oportunidade de aumentar sua nota olhando para o teste de seu amigo. Para o marido poderia significar um impulso de perder sua paciência com os gastos de sua esposa. Em um minuto estamos em um barco calmo em um lago conversando sobre pesca, no minuto seguinte temos um bastão de dinamite em nossas mãos.

Na maioria das vezes, o resultado final é catástrofe. Ao invés de tirar o estopim da bomba calmamente, deixamos explodir. Encontramo-nos fazendo exatamente o que detestamos. A criança em nós dá o bote, incontrolável e desenfreado, e o adulto em nós vai atrás balançando sua cabeça.

Agora, isso não precisa ser assim. Jesus não entrou em pânico. Ele, também, ouviu as espadas e viu os tacos, mas Ele não perdeu Sua cabeça. E era Sua cabeça que os romanos queriam!

Relendo a cena do jardim vemos porquê. Uma afirmação feita por nosso Mestre oferece duas ferramentas básicas para nos mantermos frios no calor de uma decisão. “Vigiem e orem para que não caiam em tentação.”3

Tudo o que Jesus está dizendo é, “preste atenção”. Você conhece sua fraqueza. Você também conhece as situações nas quais sua fraqueza está mais vulnerável. Fique fora destas situações. Bancos traseiros. Hora avançada. Boates. Jogos de pôquer. Qualquer coisa que dê a Satanás um apoio para o pé em sua vida, fique longe disso. Preste atenção!

Segunda ferramenta: “Ore”. A oração não vai contar nada de novo a Deus. Não existe nem pecador nem santo que O surpreenderia. O que a oração faz é convidar Deus para andar na trilha escura da vida conosco. A oração pede a Deus para olhar adiante por árvores que caem e por pedregulhos que desabam e para ficar na retaguarda, nos escoltando contra os dardos venenosos do diabo.

“Vigiem e orem”. Bom conselho. Vamos aceitá-lo. Pode ser a diferença entre um dia tranqüilo no lago e um bastão de dinamite explodindo em nossas caras.

1 Peça de metal ou madeira em que cavaleiro firma o pé
2 Marcos 14:50
3 Marcos 14:38

Guia de estudo

Uma afirmação feita por nosso Mestre oferece duas ferramentas básicas para nos mantermos frios no calor de uma decisão. “Vigiem e orem para que não caiam em tentação.”

  1. Você alguma vez já esteve em um “jardim de decisão”? De que maneira sua fidelidade foi desafiada? Quando você se depara repentinamente com uma decisão, como você tende a reagir?
  2. Como você reafirmaria as seguintes passagens em termos modernos: Provérbios 4:23-27; I Coríntios 16:13; I Pedro 5:8?
  3. É dito que o caráter de uma pessoa é revelado em momentos de crise. Que sugestões específicas você pode fazer para preparar antes da hora para que então um caráter como o de Cristo seja revelado em momentos de crise e de decisões inesperadas?
  4. Para que tentações específicas você está orando com relação a você mesmo? Para que decisões você está orando atualmente? Em quais outras áreas você pode querer convidar Deus para andar com você?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com