A insensibilidade faz a ferida curar devagar. Se alguém fere seus sentimentos intencionalmente você sabe como reagir. Você sabe a fonte da dor. Mas se alguém acidentalmente machuca sua alma, é difícil saber como responder.
Alguém no trabalho critica o novo chefe que também casualmente é seu querido amigo. “Ah, desculpe-me – esqueci que vocês dois eram tão próximos.”
Uma piada é contada em uma festa sobre pessoas muito gordas. Você está muito gordo. Você ouve a piada. Você sorri educadamente enquanto seu coração afunda.
O que era para ser uma situação para uma decisão ou uma ação torna-se um ataque pessoal. “Você tem uma história de decisões medíocres, John.”
Alguém escolhe lavar sua roupa suja em público. “Sue, é verdade que você e Jim estão separados?”
Comentários insensíveis. Pensamentos que deveriam ter permanecido pensamentos. Sentimentos que não eram da conta de ninguém sendo discutidos. Opiniões atiradas sem cuidado como uma granada na multidão.
E se você fosse falar com a pessoa que lançou esses dardos descuidados a respeito da dor que causaram, a sua resposta seria, “Ah, mas eu não tinha intenção… eu não percebi que você era tão sensível!” ou “Esqueci que você estava aqui.”
Listado debaixo do título de subterfúgio, está o veneno da insensibilidade. É chamado subterfúgio porque é muito sutil. Somente um descuido da língua. Somente uma lacuna na memória. Ninguém é culpado. Nenhum dano foi causado.
Talvez. E, talvez não. Enquanto os inocentes agressores continuam seu caminho desculpando-se por coisas feitas sem intenção de magoar, uma alma ferida é deixada no pó, completamente confusa. “Se ninguém pretendia me ferir, por que eu sinto uma dor tão grande?”
A Palavra de Deus possui um forte remédio para aqueles que movimentam suas línguas sem cuidado.
Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniqüidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno.1
Quem é cuidadoso no que fala evita muito sofrimento.2
Quem guarda a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala demais acaba se arruinando.3
Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato.4
A mensagem é clara: Quem se atreve chamar-se de embaixador de Deus não pode ter o luxo de palavras inúteis. Desculpas como “eu não sabia que você estava aqui” ou “Não percebi que isso era tão melindroso” são levianas quando vêm daqueles que dizem ser seguidores e imitadores do Grande Médico. Temos uma responsabilidade aumentada de guardar nossas línguas.
Estes passos práticos expurgarão as palavras descuidadas de sua fala.
- 1. Nunca conte piadas que difamam.
2. Nunca critique em público a menos que você: já tenha expressado seu desapontamento com a outra pessoa em particular, já tenha levado alguém com você para discutir o motivo da queixa com a pessoa, e está absolutamente convencido que a repreensão pública é necessária e irá ajudar.
3. Nunca diga nada a respeito de alguém em sua ausência que você não diria na sua presença.
Calúnias insensíveis podem ser acidentes, mas não são perdoáveis.
1Tiago 3:6
2Provérbios 21:23
3Provérbios 13:3
4Provérbios 10:19
Guia de estudo
I. Se alguém fere seus sentimentos intencionalmente você sabe como reagir. Você sabe a fonte da dor. Mas se alguém acidentalmente machuca sua alma, é difícil saber como responder.
- A. Como você reage se alguém intencionalmente ataca você ou sua família ou seus amigos? Como você reage se alguém acidentalmente o machuca? Você recebe ou ignora? Você consegue menosprezar ou a dor persiste?
B. Que sabedoria os seguintes versículos proporcionam sobre reação a insultos, intencionais ou não: Provérbios 19:11; Eclesiastes 7:21-22; Lucas 11:4; Lucas 17:3-4; e I Coríntios 4:12-13?
II. Quem se atreve chamar-se de embaixador de Deus não pode ter o luxo de palavras inúteis.
- A. Dê um exemplo de um caso no qual você acidentalmente machucou alguém por algo que você disse.
B. Leia Mateus 12:33-37. O que quer dizer com palavras “inúteis”? O que esta passagem significa?
C. Leia Provérbios 10:1-32. Que contraste há entre as palavras do perverso e as palavras do justo?
Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com