O CABO QUE MUDOU DE NOME

“Faz cessar a tormenta, e acalmam-se as suas ondas. Então se
alegram, porque se aquietaram; assim os leva ao seu porto desejado”

(Salmo
107:29-30)

Quando o navegador português Bartolomeu Dias se tornou o
primeiro homem a chegar ao extremo sul da África em 1488, ali se deparou com
violentas tempestades. Então nomeou as últimas montanhas da costa ocidental da
África do Sul de “Cabo das Tormentas”.

O governante daquela região, rei João II de Portugal, viu a
situação por um prisma diferente. Ele tinha uma perspectiva mais otimista, uma
vez que Dias descobriu que podia alcançar a Índia pelo mar. Por isso mudou o
nome para “Cabo da Boa Esperança”.

Outro ponto de vista, outra perspectiva nova e positiva pode ser
encontrada nas epistolas de Paulo. Essa mudança se relaciona à visão cristã do
futuro e está baseada na morte expiatória, na ressurreição e ascensão do Senhor
Jesus Cristo.

Quando Paulo fala dos cristãos que já não estão mais vivos, ele
não usa a expressão “os mortos”, mas “os que dormiram em Cristo”. E quando
pensa em sua própria vida próxima ao fim, não usa a palavra “morrer”, mas diz
que comparado a esta vida, é muito melhor partir e estar com Cristo (1 Tessalonicenses 4:13-14; Filipenses 1:23).

Assim como na África, o velho nome do cabo lembrava as
tempestades e os naufrágios, trazendo medo ao coração, enquanto o novo nome
falava de esperança, assim também acontece com o cristão. Por meio de Sua morte,
Cristo “participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que
tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da
morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão” (Hebreus 2:14-15).

Portanto, a morte, que antes nos trazia sentimentos de pavor e
escravidão, “pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus” passou a ser
apenas um local de travessia rumo à “esperança da glória” (Filipenses 3:8; Romanos 5:2).