Os Estagiários

Tive a oportunidade de ver o filme Os Estagiários ao lado do Paulinho Degaspari, do Irmaos.com, que estava de férias em Fortaleza.

Ficamos na dúvida se o Google procurou algum produtor para fazer merchandising de sua marca nos cinemas ou se foram os produtores que procuraram o Google para ganharem dinheiro utilizando uma das marcas mais famosas do mundo. Soube que foi o Vince Vaughn que criou o roteiro, após ver uma reportagem sobre o Google. Ele ficou realmente surpreso ao perceber as boas condições de trabalho dos funcionários da empresa. Esse é seu segundo roteiro, o primeiro foi “Separados pelo Casamento”.

O roteiro segue o script de toda e qualquer comédia, chegando a ser previsível desde seu início, que por sinal é o que o filme tem de melhor, ao apresentar Billy (Vince Vaughn) e Nick (Owen Wilson), grandes amigos e trabalham juntos como vendedores de relógios. Eles são pegos de surpresa quando seu chefe (John Goodman) fecha a empresa, por acreditar que o negócio esteja ultrapassado.

Com problemas financeiros, eles conseguem a inscrição em uma seleção de estágio no Google. A tomada de câmera utilizada na cena onde Billy está na frente do computador à procura de emprego é bem interessante. Mesmo sem terem a garantia que serão contratados, eles partem para a sede da empresa e lá precisam lidar com a diferença de idade entre eles e os demais competidores. Essa é a parte “dramática” do filme…

O filme explora várias referências nerds ao longo de toda a trama. No entanto algumas cenas são ridículas, como a do jogo de quadribol à la Harry Potter. Billy sempre tenta encaixar uma referência de décadas passadas, em especial os anos 80. Neste sentido, nos deparamos com inúmeras citações a obras como Exterminador do Futuro, Flashdance, Coccon, De Volta Para o Futuro. O filme também faz referências a obras recentes como como X-Men, Game of Thrones e Jogos Vorazes.

O filme é muito longo. Uma comédia com duas horas de duração é forçar a barra demais. Dirigido por Shawn Levy, o mesmo diretor de “Uma Noite no Museu” e “A Pantera Cor-de-Rosa” que buscou uma parceria com a empresa Google, que foi envolvida no processo de criação do filme. O diretor visitou as instalações para absorver a atmosfera e compreender a linguagem técnica dos funcionários. Inclusive algumas cenas foram gravadas no Googleplex, sede do Google na Califórnia. Sergey Brin, fundador do Google, faz uma ponta no filme.

O elenco de apoio conta com algumas participações caricatas, a maior delas Will Ferrell interpretando um gerente de uma loja de colchões. A trilha sonora é fraca, não tendo grande influência para a trama, e quando chama a atenção, é constrangedora.