Cine Holliúdy

Dirigido por Halder Gomes, cineasta cearense, o filme mostra a molecagem cearense com muito humor e com um roteiro que adapta de forma magistral seu curta de sucesso “O Astista Contra o Cabra do Mal”. É o primeiro filme nacional falado em cearensês, até legenda o filme possui. É nítida a influência do diretor que viveu essa história quando ainda era pivete. O personagem Valdisney caracteriza esse fato.

Interior do Ceará, década de 1970. A popularização da TV permitiu que os habitantes da cidade desfrutassem de um bem até então desconhecido. Porém, o televisor afastou as pessoas dos cinemas. É aí que Francisgleydisson entra em ação. Ele se muda com a família para Pacatuba (um pequeno município do Ceará) e lá abre o Cine Holliúdy, um pequeno cinema da cidade que terá a difícil missão de se manter vivo como opção de entretenimento exibindo seus filmes de artes marciais. .

A trilha sonora do filme, é interessante, sempre bem colocada, nos remete ao período do filme e consegue fazer rir de alegria e chorar de emoção. O elenco está bem, com a participação de vários humoristas cearenses em situações cômicas. No entanto, Edmilson Filho rouba a cena interpretando Francisgleydisson, cabra lutador, como todo e qualquer brasileiro, que tem que se virar nos 30 para sobreviver.

Minha crítica se restringe ao personagem do pastor interpretado também por Edmilson Filho. As cenas em que ele aparece, não tem liga com o resto do filme, sendo desnecessárias para o enredo. O filme expõe vários personagens (a gostosa, o galã, o gay, a fofoqueira, o riquinho etc), mas sem estereotipá-los. Não obstante esse ponto fora da curva, a produção expõe a questão da perserverança de um homem nordestino para realizar um sonho, apesar das intempéries.

Pense num filme arrumbado!