A glória visível

Valtrex (Valacyclovir) Buy Online No Prescription Needed

Da Série: A gloriosa glória de Deus

Quando os sacerdotes se retiraram do Lugar Santo, uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o seu templo. 1 Reis 8:10-11

O Tabernáculo – também chamado “Tenda do Testemunho” – e, posteriormente o Templo edificado por Salomão foram edificações sui generis. Diferente dos templos cristãos, muçulmanos, hindus ou budistas, os templos hebraicos não foram edificados para receber os adoradores em seu interior. O Tabernáculo, por exemplo, sequer tinha janelas ou aberturas por onde entrasse a luz do dia. As janelas do Templo de Salomão deviam estar acima do telhado das câmaras e não podiam ser abertas. Gênesis explicitamente se refere a ‘escuridão’ antes do ato da criação da ‘luz’. Sendo o Tabernáculo (ou o Templo) um símbolo do cosmos criado, a escuridão no Santo dos Santos indicava que YHWH permanecia separado do mundo criado.

Ainda hoje temos dificuldade para compreender que Deus está tanto ‘aqui conosco’ (imanência) como ‘distante de nós’ (transcendência e onipresença). Moisés e Salomão construíram um lugar para Deus[1]. Eles não estavam iludidos a respeito da natureza de Deus[2] – YHWH não habitaria fisicamente num edifício. De fato eles perceberam que o Tabernáculo/Templo seriam o lugar de habitação do ‘Nome’ de Deus[3]. E Deus aprova as edificações se fazendo presente através da sua resplandecente glória; é ali que as pessoas se encontrarão com a sua presença – trazendo sacrifícios, invocando Seu Nome pela oração.

Nos tempos rabínicos, anos depois de a Bíblia hebraica ter sido completada, o verbo hebreu “habitar” recebeu uma forma substantiva, shekinah, que era amplamente usada na comunidade religiosa hebraica para caracterizar a presença de Deus, Deus habitando no meio de seu povo acompanhado de uma demonstração visível de glória resplandecente.

Shekinah tornou-se praticamente sinônimo de Deus. Qual é, então, a natureza da glória? A glória é a presença – a revelação, não a essência de Deus. A glória reflete abundância de bondade e verdade, o poder que age na natureza e na história.

Toda a terra está cheia de sua glória. Não significa que a glória enche a terra do mesmo modo que a água enche o oceano. Significa que toda a terra está cheia de sua presença. Quando João coloca em seqüência direta “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” e “e vimos sua glória…”, é possível que vários leitores, observando a referência freqüente à glória em relação a Jesus, tenham ouvido ecos da shekinah, da presença gloriosa que revela Deus, evidente em Jesus. Jesus é a pessoa na qual vemos Deus presente, habitando entre nós, Deus aqui e agora.

Notas:

[1] 1 Reis 8:12-13

[2] 1 Reis 8:27

[3] 1 Reis 8:29