Poseidon

A diferença entre você gostar ou não de um filme tem muito a ver com o que você espera dele. E eu não esperava muito de Poseidon, filme que acabei assistindo porque não consegui ingresso para ver Carros, nova animação da Pixar. Deve ser por isso que gostei. É claro que não é um filme que faz a gente ficar pensando nele por horas depois de terminada a projeção, mas ele se propõe a ser um filme-desastre e faz muito bem isso.

É impossível assistir a um filme de desastre marítimo e não fazer as comparações com o meloso-mas-espetacular Titanic. E a grande diferença está exatamente em como é contada a história. Em “Titanic” gasta-se muito tempo nos eventos pré-desastre enquanto em “Poseidon” esta etapa passa rápido até demais. Por conta disso o último não consegue aprofundar muito em seus personagens, não permitindo que nos identifiquemos com alguns deles, assim tanto faz com tanto fez quem vai morrendo pelo caminho.

A obviedade também atrapalha muito o atual “Poseidon” (que é um remake de O Destino de Poseidon, de 1972). Tem gente que em sua primeira aparição você já consegue imaginar quando e como vai morrer. E tem gente que já de cara deixa claro que vai ser “o cara” do filme.

Tá, mas eu falei que gostei e por enquanto só reclamei do filme. É que vocês me fizeram pensar nos pontos negativos primeiro. Vamos falar do que é legal agora.

“Claustrofóbico” é a palavra com que eu definiria Poseidon. Várias vezes durante a exibição me peguei prendendo o fôlego inconscientemente por sentir na pele o pânico vivido pelos personagens. Não tem muita história. É uma correria contra o tempo pra escapar de um navio detonado por uma onda gigante (a melhor cena do filme) antes que ele afunde de vez. E assim ele diz muito bem pra que veio.

A grande vantagem de “Poseidon” é que não tem toda aquela história paralela de Jack e Rose insistida durante as mais de 3 horas do “Titanic”, e as únicas vezes que tenta fazer isso, quase no final da exibição, transformaram-se nos piores momentos do filme. Poderia muito bem passar sem aquele “diga que me ama!” e o “filho, mantenha a cabeça fora da água!”.

O mais impressionante que eu acho desses filmes é que, mesmo sabendo que trata-se de um filme sobre o afundamento de um navio, nós sempre ficamos torcendo pra que o comandante consiga evitar o desastre.