Cinema pirata

Eu e a Dri passamos o fim-de-semana em Praia Grande e resolvemos arriscar ver o novo filme dos Piratas do Caribe no Cinemark do shopping de lá. Compramos o ingresso pra sessão das 21h mais ou menos uma hora e meia antes e ficamos fazendo cera no shopping até dar o horário da sessão. Entramos 20 minutos antes e a sala ainda não estava cheia, ou melhor, teoricamente não. As poltronas vazias restantes estavam “ocupadas” por pessoas que conseguiam sentar em 5 lugares ao mesmo tempo. O pior é que precisamos ir de uma em uma tentando, sem sucesso, sentar. Todas já estavam “reservadas”.

Ficamos indignados e fomos reclamar com o gerente para pedir nosso dinheiro de volta. Presumindo que éramos completos ETs no cinema, disse que não poderíamos ter deixado pra entrar em cima da hora e nos convenceu a esperar na fila a sessão das 22h. Fomos direto pra fila e conseguimos ser os primeiros a entrar na sala onde escolhemos o melhor lugar. Aquele na terceira fileira de trás pra frente, na direção do centro da tela. Enquanto a sala se enchia, nós regozijávamos por ter valido a pena esperar já que poderíamos curtir muito mais a sessão sentados num lugar estratégico.

A animação começou a se tornar preocupação quando começamos a notar a grande quantidade de crianças que entravam na sala, entre elas algumas que certamente não conseguiriam acompanhar durante 2 horas e meia de exibição um filme legendado. Legendado?!?

Já era tarde demais quando constatamos que o cara nos convenceu a assistir à versão dublada! Não que sejamos contra o trabalho de dublagem que no Brasil é feito com primor, mas quem curte cinema de verdade não consegue pagar pra ver uma sessão dublada. A voz dos personagens faz parte da atuação dos atores e ninguém, mas ninguém além do próprio ator consegue transmitir a mesma emoção que ele se esforçou para transmitir. Além disso, as falas em português precisam ser fortemente adaptadas para encaixarem na boca de alguém que está proferindo-as em inglês ou qualquer outro idioma. Enfim, dublado não dá.

Em resumo, pegamos nosso dinheiro de volta depois de utilizar de um grande domínio próprio para não voar no pescoço do gerente engraçadinho que achou que não faria a mínima diferença. No final de tudo, o infeliz ainda teve coragem de sugerir: “Por que vocês não assistem Premonição 3?” Se ele não fosse tão baixinho… ô_O