Piratas do Caribe – O Baú da Morte

Atenção! Não saia do cinema antes de assistir à cena depois dos créditos.

Assisti a muitos filmes no cinema este ano. Mas nenhum me deixou num frenesi tão homérico quanto Piratas do Caribe – O Baú da Morte (Pirates of the Caribbean: Dead Man`s Chest). Aguardei ansiosamente o dia do lançamento, tentei comprar o ingresso quando nem estava à venda ainda e consegui assistir na estréia. E estou louca para ver de novo.

O filme é simplesmente ótimo! O roteiro dá reviravoltas, o elenco está super bem entrosado e tem o tresloucado Capitão Jack Sparrow, interpretado pelo magnifico Johnny Depp, que rouba todas as cenas do filme. Aliás, se não fosse por ele, “Piratas do Caribe” não teria esse sucesso todo. Duvideo-dó que algum outro ator interpretaria o capitão Sparrow de forma tão magistral. Hollywood demorou muito pra perceber o talento do rapaz. Não gosto muito de filmes do gênero aventura, porque geralmente são bobos e sem graça. Piratas 2 (vamos chamar assim para encurtar, oks?) passa longe disso. Passa distante também de ser chato e piegas.

Para quem ainda não assistiu Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra, de 2003, um conselho: corra para a locadora e alugue o filme, que é bom. Não tanto quando O Baú da Morte, mas vale muito a pena. Principalmente se você quer ver Piratas 2 no cinema. A continuação não pára para reapresentar personagens nem a forma como se conheceram.

Depois de muitas aventuras e desventuras na Maldição da Pérola Negra, Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley) finalmente vão se casar. Ou melhor, iriam se não fossem presos, sob a acusação de terem ajudado o Capitão Jack Sparrow a escapar da prisão. Will é liberto pelo capitão das Índias Ocidentais (que deseja pôr um fim na pirataria), com a incumbência de localizar o bucaneiro Jack, o único que pode achar o Baú da Morte, um artefato que contém algo em seu interior capaz de controlar Davy Jones (Bill Nighy), que por sua vez retorna para cobrar a dívida de sangue com Jack. Se ele não achar o Baú da Morte, será condenado à escravidão eterna no navio Holandês Voador. Detalhe: os marinheiros que vendem a alma para Davy Jones transforma-se em asquerosos monstros marinhos.

Jack continua cínico, sarcástico, bamboleante, cheio de trejeitos peculiares e não fica com a consciência pesada em arriscar a vida de seus amigos para obter o que deseja e safar-se da obrigação com o polvo-bípede (ou o bípede-meio-polvo, ou qualquer coisa que o valha). Will acaba reencontrando seu pai Bill Turner (Stellan Skarsgard), que vendeu sua alma e é escravo no navio de Davy. Ah! Para apimentar mais a trama (alguém aí quer páprica? Rsss), se Will conseguir entregar o baú para o chefe das Índias, Elizabeth escapará da prisão e até da morte e Jack Sparrow estará fadado à escravidão. Se Jack conseguir o Baú, ele se safa mas Elizabeth e Will vão virar comida de vermes (blergh!).

Pontos altos

Ainda bem que Johnny Depp é Johnny Depp e não deixou que transformassem Jack Sparrow numa figura boazinha só para agradar ao público. Ele é cheio de defeitos e mesmo assim encanta.

Sobre os efeitos especiais: Davy Jones é o que há! A mistura de polvo com um crustáceo que é um pouco humano é muito boa e até “realista”. O Kraken também está interessante. E a última aparição dele é ótima. (Quer dizer, não para… er… Vejam o filme). A tripulação monstruosa do Holandês Voador também é graficamente bem feita. A primeira aparição de Bill Turner também é o que há (o que há de nojento, diga-se de passagem, hehehe).

O filme tem partes que parecem desenho animado: Jack pulando no abismo, os marinheiros pendurados e se balançando, a cena da luta na roda… Tudo com muito humor e situações tensas. O filme é longo, mas passa muito rápido. O chato é ter que esperar até 2007 para assistir à continuação.

Avisos: Senhoras e não senhoras que não apreciam humor negro, que sentem nojo e colocam os bofes pra fora por quaisquer coisinhas, que têm medo de monstros cinematográficos, por menos medo que eles possam causar no resto da platéia, arrumem outro filme para assistir.

Piratas 2 bateu todos os recordes de bilheteria. O orçamento foi de aproximadamente US$ 200 milhões e faturou US$ 55.5 milhões em apenas um dia de exibição nos EUA. E continua batendo recordes. Merecidamente, diga-se de passagem. E que venha o terceiro! E que venha logo antes que eu padeça de ansiedade.