Babel

Com uma linguagem à la Crash – No Limite (várias histórias entroncadas e intrincadas), Babel deixa a sensação “Vai acontecer uma coisa ruim. Vai acontecer outra coisa ruim…”. E elas definitivamente acontecem! Quem assistiu o maravilhoso Efeito Borboleta e/ou conhece a Teoria do Caos, lembrará que o simples bater de asas de borboleta pode provocar um tufão do outro lado do mundo.

O casamento de Richard (Brad Pitt) e Susan (Cate Blanchett) não está lá essas coisas. Ele resolve levá-la para viajar na África, em uma tentativa de reaproximação. ||

No Japão, Chieko (Rinko Kikuchi) é uma adolescente surda, de classe média que, além de não ter um bom relacionamento com o pai, sofre com o preconceito e a exclusão. ||

Nos EUA, a babá mexicana Amelia (Adriana Barraza) cuida de dois irmãos loiros de olhos claros enquanto aguarda ansiosamente a folga para ir ao casamento do filho em sua terra natal. ||

No Marrocos, os irmãos Yussef (Boubker Ait El Caid) e Ahmed (Said Tarchani), recebem um rifle do pai para matarem chacais e tomarem conta do rebanho de cabras. Como não tinham lá muita coisa pra fazer, resolveram testar a arma em pedras. Até aí, tudo muito bom, tudo muito bem (quer dizer, desde quando armas são boas? E desde quando crianças devem andar armadas?!). A dupla começa a apostar quem atira com maior precisão. Quando avistam um ônibus, decidem acertá-lo. ||

O patrão de Amelia comunica que um problema ocorreu e ele não poderá voltar logo para a casa. Para não perder o casamento do filho, ela pega uma carona com o sobrinho Santiago (Gael García Bernal) e leva as crianças para o México. ||

Richard olha para o lado e percebe que sua mulher está sangrando. Ele fica desesperado quando descobre que não existe nenhum hospital nas proximidades. A situação piora quando os turistas que estavam no mesmo veículo que o casal decidem ir embora e abandoná-los em uma cidadezinha que não tem nem médico, com medo de terrorismo. ||

Chieko resolve usar seu corpo para se comunicar, ser inserida e aceita. ||

Sim, o caldo entorna. E cai em cima de todo mundo, claro.

Ah! O título é baseado em Gênesis 11, que narra o início da divisão lingüística na Terra. E Babel ilustra que vivemos no mesmo planeta, porém temos diferenças profundas e não conseguimos nos compreender mutuamente, mesmo em uma época de e-mails, celulares e outros avanços tecnológicos.

P.S.: (pra quem nunca usou uma aparelho de som e não percebeu, || = pausa. =P)

Para quem já assistiu o filme (Selecione com o mouse ou use CTRL + A):

– Pena. Muita pena da babá. Coitada da mulher! Ah! Adriana Barraza (a Amélia [que nome sugestivo, não?] recebeu uma merecida indicação ao oscar como atriz coadjuvante).
– Reparem que a Elle Fanning é a cara da irmã (Dakota), que só faz filme de desgraça. Será que a pobre Elle seguirá o mesmo caminho?
– Sim, crianças também podem ser pragas destruidoras. Por falar nisso, já leram “O Senhor das moscas”, do William Golding?
– Geeeente, que droga braba que a japa tomou, hein? Affff!

Nota da redação: Babel contém cenas fortes e constragedoras. Definitivamente não é um filme-família.