Apocalypto

Um aviso para as senhoras e não senhoras de estômago fraco que desejam assistir Apocalypto: se vocês têm esse problema, levem um saquinho para o cinema, por precaução.

Saí da sala sem saber ao certo se havia gostado ou não do filme. O resumo da história é o seguinte: o Rambo está de tanga (por que virou um silvícola) e passa por todas as vicissitudes possíveis e impossíveis de se imaginar para libertar sua família. E isso ocorre em uma película de proporções épicas. A real intenção não é mostrar exatamente a cultura de uma tribo antiga e sim a trajetória de um homem que faz tudo para resgatar a mulher grávida e o filho.

Em uma parte da floresta da América Central, uma tribo indígena vive harmoniosamente. Tudo está muito bom, tudo vai muito bem até que um grupo de caçadores encontra índios que tiveram de abandonar seu local de origem, com medo de uma invasão. Jaguar Paw, filho de um líder da vila, fica contaminado pelo medo. Não é pra menos. Numa bela manhã de sol, ele acorda e percebe que uma corja de homens maus invade a aldeia, mata a maior parte dos moradores e aprisiona os que sobraram.

Antes de ser capturado, Jaguar consegue esconder sua mulher e filho em uma espécie de poço (sem água, claro). Detalhe: eles não conseguirão sair sem a ajuda de alguém que esteja do lado de fora do buraco.

Os índios perturbadores da paz alheia levam Jaguar e seus amigos para uma cidade maia, com a intenção de oferecê-los em sacrifício aos deuses, pois a colheita vai de mal a pior.

A partir daí, o lema de Jaguar poderia ser: Pois se eles querem meu sangue/Terão o meu sangue só no fim/E se eles querem meu corpo/Só se eu estiver morto, só assim. Ele terá de correr, saltar, lutar contra animais ferozes e contar com a sorte para retornar pra casa.

Depois de escrever sobre o filme, acho que dirimi minhas dúvidas: Apocalypto não é ruim. Mas também não é BOM. A sensação é que foi legal e poderia/deveria ter sido melhor. Ficou um negócio meio estereotipado (vilões, mocinho que enfrenta tudo e todos, família em perigo)…

Tenho três certezas: 1) Mel Gibson (diretor de “Apocalypto” e Paixão de Cristo, entre outros) adora: paroxismo, sangue esguichando e línguas/dialetos antigos (nesse caso, o yucateco). 2) o cara é um bom diretor! Dirigiu pessoas que nunca atuaram na vida e conseguiu ótimas performances. As lutas também são boas, a fotografia é legal… 3) Quero o personal trainer e o fôlego do Jaguar Paw!

Para quem já assistiu o filme: (Selecione com o mouse ou utilize CTRL+A)

– Não, “Apocalypto” não tem nadica de nada a ver com “Apocalipse”, embora eles tenham vivido um inferno. “Apocalypto” significa “um novo começo”.

– Esse Jaguar é um perigo! “Perdão, pai”?! Afff! E aquela olhadinha pro lado também não foi nada inteligente.

– A menina que fez a índia doente falou sinistramente. O que foi aquilo?!

– Com aquela quantidade de corpos jogados ao léu, o fedor devia chegar até a Europa!

– O cara é o Hércules!

– A pergunta que não quer calar: o filme mostra três tribos que nunca souberam da existência uma da outra até os malvadões aparecerem. Como é que todos eles falavam o mesmo dialeto?!

– Não deveriam ser astecas e não maias?

– O nome do protagonista é bem sugestivo, não? Rudy Youngblood.