Treze Homens e Um Novo Segredo

Numa época em que muitos “terceiros” entraram em cartaz (Homem-Aranha 3, Piratas do Caribe 3 e Shrek Terceiro), o que se destaca é Treze Homens e Um Novo Segredo (Ocean´s Thirteen, 2007), que vem correndo por fora e é, de longe, o melhor dos terceiros que apareceu nos últimos dois meses.

Depois do excelente Onze Homens e Um Segredo (Ocean´s Eleven, 2001) e da megalomaníaca e um tanto decepcionante continuação Doze Homens e Outro Segredo (Ocean´s Twelve, 2004), a trilogia capitaneada pelos galãs Brad Pitt e George Clooney é fechada da maneira que todos queríamos ver – inteligente e glamurosa.

Desta vez, Danny Ocean (George Clooney) e sua gangue envolvem-se num complexo plano (como não poderia deixar de ser) para vingar o velho amigo Reuben Tishkoff (Elliott Gould). Após ser enganado pelo magnata hoteleiro Willie Banks (Al Pacino), dono de um dos maiores cassinos de Las Vegas, Reuben sofre um ataque cardíaco e quase pendura os sapatos de couro. O grupo se junta para dar um motivo a mais para que o companheiro sobreviva ao choque: a vingança.

Em “Treze Homens e Um Novo Segredo”, o grupo está mais unido do que nunca. Desta vez, não é o dinheiro que os move, mas sim a lealdade e a amizade pelo companheiro que está na pior. Esse fato, no entanto, não faz com que o grupo perca seu charme de “fora da lei”. E, como turmas de amigos geralmente rejeitam interferências femininas, as mulheres ficam fora desta jogada com a ausência das personagens interpretadas

por Catherine Zeta-Jones e Julia Roberts nos anteriores. Para balancear, a produção traz um novo personagem, interpretado por Al Pacino, cujo estilo é perfeito para a composição do vilão desta envolvente e mirabolante trama – o que já é de se esperar das produções desta franquia. Destaque também para a animada trilha sonora, assinada

por David Holmes, conferindo ao longa um clima de filme setentista. A estética também segue a mesma linha, mas nós que dependemos um tanto da legenda para compreender todas as falas, somos prejudicados pelas cenas com grande contraste de cores, sempre sobrando um setor branco na tela para atrapalhar a leitura das legendas. Aliás, alguém pode me explicar por que só os filmes do cinema vêm com aquelas legendas em branco chapado, sem uma borda ou uma leve sombra pra facilitar a leitura?

A ação de “Treze Homens e Um Novo Segredo” é trazida da Europa do longa anterior para um cenário tipicamente estadunidense, também presente na produção de 2001: a cidade de Las Vegas. Conhecido como um dos destinos certos para os interessados em diversão, o local é o ideal para que a gangue de Danny Ocean possa não somente concretizar seu plano de vingança, mas, principalmente, se divertir. E é isso que eles parecem fazer juntos neste filme, mais do que nunca. Conseqüentemente, o espectador também consegue se deleitar com o entretenimento elegante e de bom gosto oferecido pelo filme, que se mostra muito mais dinâmico e enxuto se comparado à produção anterior.

E mais uma vez consolida-se um novo sub-gênero em Hollywood: filmes de golpe, sem armas, sem violência, onde os “bandidos” empregam apenas sua inteligência e suas habilidades para conseguirem se safar. Aqueles filmes que nos fazem torcer pelos vilões, os quais no fim nem parecem mais tão vilões assim.