A Bússola de Ouro

A Bússola de Ouro é o primeiro livro da trilogia Fronteiras do Universo escrita pelo inglês Philip Pullman.

Para começar, a história retrata um mundo fantástico, que vive concomitantemente com outros mundos paralelos, citando o nosso inclusive na narração inicial para deixar bem claro que se trata de um outro mundo, onde seres fantásticos, a começar pelos seres humanos, são bem diferentes, pois suas almas não habitam seus corpos, mas vivem fora deles, em diamons, que são como animaizinhos de estimação que falam e não podem se separar de seus donos, são interligados, um depende do outro para viver. Existe o reino dos ursos polares; bruxas e feiticeiras.

A história gira em torno da protagonista infantil Lyra (Dakota Blue Richards), que considerada órfã vive na universidade de Oxford, onde é criada pelos catedráticos, a pedido de seu tio, o Lorde Asriel (Daniel Craig), já que ele vive viajando e não tem tempo para cuidar da criança.

Lyra é uma criança corajosa e muito questionadora, além de possuir uma capacidade incrível para contar mentiras e convencer os outros. Por ser tão inquieta, essa criança torna-se uma ameaça para o governo – o magistério – ao perceberem que ela pode ser a personificação da profecia dada pelas feiticeiras de que um dia uma criança libertaria o povo da opressão sofrida pela imposição de idéias e regras do magistério.

O reitor da universidade em que Lyra morava, ao sentir que ela seria o cumprimento da profecia, entrega-lhe a última bússola de ouro existente, já que todas as outras foram destruídas a mando do magistério por ser uma ameaça à ordem imposta, pois a bússola de ouro consegue revelar a verdade através dos olhos de quem pode lê-la, a verdade que é escondida a todo custo pelo governo.

Lyra aos poucos vai desvendando esse mistério e percebe o poder que tem nas mãos ao carregar a bússola consigo e a usa para libertar as crianças, inclusive seu grande amigo Roger, que são capturadas pelo governo para serem separadas de seus diamons (suas almas) e assim se tornarem apenas “robozinhos” sem o temido livre arbítrio. Aqui existe uma grande semelhança com o livro “Admirável Mundo Novo” de Adous Huxley, assim como possui inúmeras outras semelhanças com filmes que seguem a mesma tendência como “Star Wars” e “Senhor dos Anéis”.

Nicole Kidman interpreta a sedutora vilã Sra. Coulter, que a mando do magistério é responsável pela captura e separação das crianças de seus diamons, e ao descobrir que Lyra carrega a bússola de ouro, passa a persegui-la, sem saber, no entanto, que a menina é protegida por outros povos que também lutam contra o magistério.

Essa luta culmina em uma guerra bonita de se ver, com efeitos especiais fantásticos, que beiram à realidade.

O filme é uma dura crítica às religiões de modo geral, tendo em vista que o autor é ateu e que a possibilidade de imposição de idéias, difundido em grande escala pela Igreja Católica por séculos afora é duramente combatida no filme, e que a possibilidade de mundos paralelos ao nosso é difundida, apesar de fantasioso.

O filme, no entanto, não se torna um grande épico de fantasia porque não traz ao telespectador um grande impacto, mesmo sendo uma aventura muito gostosa de assistir, uma desenvoltura leve, mas nada muito marcante.

Além do mais o filme tem um final que deixa a sensação de que terminou quando a história estava apenas no meio. Não existe um final. É apenas uma “continuação” vaga e vazia que deixou muito a desejar.

Os efeitos especiais são impressionantes, e a atuação da protagonista é brilhante. Não é um excelente filme, mas vale a pena assistir.