SBB lança a Bíblia para povos indígenas

Depois de quase meio século de trabalho, a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) lançou este ano a Bíblia em Guarani Mbyá. Antes, já tinha participado de projetos destinados à tradução das Escrituras em Kaiowá e em Kaigang. Agora a SBB, sempre atenta à sua missão de difundir a Bíblia a todos os grupos sociais, está lançando a campanha A Bíblia para os Povos Indígenas, que tem o objetivo de promover o acesso à Palavra de Deus para outros grupos, entre os 220 existentes no Brasil e que falam mais de 180 línguas.

Com a verba obtida, serão desenvolvidos novos projetos de tradução, numa iniciativa que, ao divulgar o texto bíblico entre as comunidades indígenas, ajuda a perpetuar línguas que nunca tinham sido representadas na forma escrita. “O trabalho de tradução, além de possibilitar que esses povos bebam dessa inesgotável fonte de riqueza histórica, cultural e espiritual, que é a Bíblia, contribui para a preservação e valorização desse segmento da população”, destaca o secretário de Tradução e Publicações da SBB, Rudi Zimmer.

Já existem partes do texto bíblico traduzidas para cerca de 35 línguas indígenas diferentes. Pequenos trechos dessas versões estão reunidos na publicação Mais que uma só língua, espécie de mapeamento do trabalho realizado junto a grupos indígenas que foi lançado pela SBB no mês de abril, juntamente com a Bíblia em Guarani Mbyá, a primeira totalmente traduzida, editada e impressa no Brasil. Esta publicação é resultado de um complexo trabalho coordenado por Robert Dooley, consultor da Sociedade Internacional de Lingüística (SIL), com a participação de integrantes da Missão do Cristianismo Decidido.

Dooley dedicou quase 30 anos de sua vida a essa missão. Já o cacique Sebastião Poty Veríssimo, da aldeia guarani mbyá de Rio das Cobras (PR), integrou a equipe de tradução durante 20 anos. Ambos assistem, agora, a uma importante transformação: com o crescimento espiritual, surge entre a população a valorização da língua, o interesse por novos conhecimentos e o incentivo à alfabetização. “Eu já sei ler e escrever na minha língua”, comemora Valério Karai Gonçalves, também integrante da equipe de tradutores.

O trabalho de tradução da Bíblia em idiomas indígenas promove a busca por conhecimento, e abre novos horizontes aos povos beneficiados. E é a pedagoga Silvia Virgínia Ale, que há 25 anos trabalha com os mbyá, que confirma essa tendência: “Ter a Bíblia em seu idioma tem despertado o desejo de aprender a ler até mesmo naqueles com mais idade”.

Como Participar

As contribuições para a campanha A Bíblia para os Povos Indígenas podem ser feitas por boleto ou depósito bancário e também através de cartão de crédito. O valor mínimo da doação é de R$ 5,00. Porém, àqueles que ofertarem a partir de R$ 50,00, serão enviados materiais publicados pela SBB em línguas indígenas. São eles:

 R$ 50,00: 01 exemplar do livro Mais que uma só língua

 R$ 100,00: 01 exemplar do livro Mais que uma só língua
01 exemplar do Evangelho de João em guarani mbyá
01 exemplar dos livros de Rute, Jonas e Ester em kaingang

 R$ 200,00: 01 exemplar do livro Mais que uma só língua
01 exemplar do Evangelho de João em guarani mbyá
01 exemplar dos livros de Rute, Jonas e Ester em kaingang
01 exemplar da Bíblia em Guarani Mbyá

A SBB

A Sociedade Bíblica do Brasil foi fundada em 1948, no Rio de Janeiro, com a missão de “difundir a Bíblia e a sua mensagem a todas as pessoas e a todos os grupos sociais, como instrumento de transformação espiritual e social, de fortalecimento de valores éticos e de desenvolvimento cultural”. É uma entidade sem fins lucrativos, de natureza religiosa, social e cultural. Sua finalidade é traduzir, produzir e distribuir a Bíblia, um bem de valor inestimável, que deve ser disponibilizado a todas as pessoas.

Integrante das Sociedades Bíblicas Unidas, uma fraternidade mundial criada em 1942, na Inglaterra, com o objetivo de facilitar o processo de tradução, produção e distribuição das Escrituras Sagradas, por meio de estratégias de cooperação mútua, a Sociedade Bíblica do Brasil mantém desde 1995 uma gráfica em Tamboré, Barueri (SP), com 6 mil metros quadrados de área construída e equipamentos de última geração. É o maior parque gráfico destinado à impressão e encadernação das Escrituras Sagradas da América Latina, com capacidade para produzir 900 mil exemplares/mês.

Em parceria com a Prefeitura Municipal de Barueri, na Grande São Paulo, a SBB inaugurou no final de 2003 o Museu da Bíblia, o primeiro do Brasil e um dos maiores do mundo em sua especialidade, ocupando uma área de 900 m2. A SBB destaca-se também por seu trabalho na área social, iniciado em 1962, quando criou o programa Luz na Amazônia, para prestar assistência espiritual e social às populações ribeirinhas. Desenvolve inúmeros programas sociais de abrangências regional e nacional, com foco nos estudantes da rede pública de ensino, presidiários e enfermos. Por meio do Programa Inclusão do Deficiente Visual, a entidade foi pioneira ao lançar, em 2002, a primeira Bíblia completa em braile na língua portuguesa, beneficiando o público deficiente visual.

Fonte: SBB