O Caçador de Pipas

O Romance escrito

por Khaled Hosseini, lido por milhões de pessoas no mundo inteiro, um dos livros mais vendidos nos EUA, e por mais de um ano no topo da lista, O Caçador de Pipas é um dos fenômenos literários, uma história envolvente, emocionante e que trata de um lugar tão castigado pela guerra e nos permite um novo olhar, que não o ocidental, e que agora chega às telas do cinema.

O filme trata da história de dois meninos, em Cabul, no Afeganistão, na década de 70, pouco antes da invasão Russa em 1979.

Amir (Zekeria Ebrahimi) e Hassan (Ahmad Khan Mahmidzada), que são a demonstração extrema da covardia e fraqueza e grande coragem, bondade e uma linda lealdade.

Amir, filho único de um homem rico, Baba (Homayoun Ershadi) era um garoto que permanecia inerte e covarde diante da vida, e que tinha como único amigo, Hassan, filho do empregado da casa, de etnia hazara, minoria no Afeganistão e por isso desprezado.

Os dois amigos adoravam histórias sobre caubóis e súditas afegãos, como também passavam grande parte do tempo empinando pipas.

Hassam tinha um amor e uma lealdade tão grande por Amir que chega a incomodar, porque a mesma não é correspondida por Amir, que era um covarde e não se dava ao trabalho de se tornar um homem digno.

Durante uma competição de pipas que ocorria todos os anos em Cabul, em que aquele que conseguisse derrubar todas as pipas e permanecesse no ar, sairia vitorioso. É nesse dia que a amizade entre os dois toma um contorno diferente.

Hassam sozinho entre três rapazes que sempre o perseguiam, precisou da ajuda do amigo, que não só permaneceu inerte, como fugiu.

A partir daí a amizade deles se deteriora, não porque Hassam não quisesse o amigo por perto, mas a covardia de Amir era tamanha que nem encarar o amigo ele conseguia.

Pouco tempo depois, com a invasão dos russos, Amir e Baba fogem para os EUA, e refazem a vida na Califórnia, onde Amir vira escritor, e a história entra para uma segunda fase, em que o protagonista já está adulto e é interpretado

por Khalid Abdalla.

Nesse momento, Amir precisa voltar ao Afeganistão, agora dominado pelos talibãs, para ajudar o filho de Hassam que está com grandes problemas. Nessa volta ao passado, Amir tem a chance de se redimir, de ao menos ser homem e fazer o que é certo.

Para quem não leu o livro, é um filme fiel à obra literária, cheio de surpresas, mas para quem leu, não é tão emocionante assim, afinal de contas, duas horas e meia de filme não podem retratar toda riqueza de detalhes que um livro.

Mas é um lindo filme, muito emocionante, dramático, que retrata assuntos muito polêmicos como o “abuso sexual” de menores, e que é uma realidade, mas que também nos permite enxergar um Afeganistão como uma cidade humana antes do terror que a guerra carrega consigo.

É tocante, dá um aperto na alma, e não se assustem se não conseguirem conter as lágrimas!

É um filme, uma história, que nos deixa refletindo sobre os valores da vida por muito e muito tempo.

Como vale a pena!

Curiosidades:

O filme foi proibido de passar no Afeganistão, porque retrata abuso sexual, e vocês sabem, preferem tapar o sol com a peneira a enfrentar o problema; outra questão é a justiça em nome de Alá, e que é feita com as próprias mãos, um regime a la Talião.

Os meninos que fizeram o filme tiveram que deixar o país porque não era mais seguro ficar lá depois do filme.

Para quem assistiu o filme (selecione com o mouse para ler):

Que raiva do Amir! Muita, muita raiva! Eu saí do cinema com nojo dele, queria poder salvar o Hassam com as minhas próprias mãos… ah, ficaria tão feliz de ter um filho tão bom, com a alma tão nobre como aquele personagem!

E aquela hora que o Baba defende aquela mãe dentro do caminhão na fuga do Afeganistão?! Putz! Isso é ser humano…