Parábolas inestimáveis: A parábola do dono da água

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Eu sou a voz do que clama no deserto: “Endireitai o caminho do Senhor” João 1:23.

Há alguns anos atrás, havia uma vila no deserto. A água era escassa e as pessoas valorizavam muito o pouco que tinham. Raramente chovia, mas quando chovia, as pessoas apressavam-se para capturá-la em baldes e potes. Cada pingo era um tesouro. Cada xícara era preciosa.

Por essa razão, o descobrimento da caverna era uma notícia emocionante.

Um dia, um fazendeiro estava cavando buracos para colocar uma cerca. A uma pequena distância abaixo da superfície, ele encontrou uma caverna – não era grande, mas estava cheia de água.

Ele imediatamente desceu um balde, puxou para fora e provou, para seu deleite, água doce e fresca. Ele estava tão emocionado que encheu todos os seus baldes, colocou-os na parte de trás de sua caminhonete e correu para a vila.

“Eu tenho água! Eu tenho água!” ele gritava. As pessoas da vila saíram correndo de suas casas. Quando as pessoas se reuniram, o fazendeiro explicou como ele tinha descoberto o tesouro. Ele anunciou com alegria que tinha o suficiente para todos. “Bebam o quanto quiserem”, ele ofereceu. E então, para a admiração de todos, ele pegou um balde e encharcou um menininho.

“Há em abundância!” ele proclamou. “Aproveitem”. E com isso as pessoas começaram a rir e jogar água umas nas outras. Pela primeira vez pelo que alguém pudesse lembrar, havia água suficiente para todos.

Depois da celebração, o fazendeiro anunciou seu plano. “Eu trarei água todas as manhãs para que cada um de vocês possa ter o que precisar”.

E isso foi exatamente o que ele fez. O fazendeiro tornou-se o dono da água. Todas as manhãs ele carregava sua caminhonete com os baldes, dirigia até a cidade e dava água para as pessoas. Era um novo dia. A água era de graça. O fazendeiro estava entusiasmado, e as pessoas da vila estavam agradecidas.

Até uma noite quando o fazendeiro teve um sonho.

No sonho ele viu as pessoas pegando a água e não sendo agradecidas. Elas entravam na caminhonete, pegavam um balde e iam embora sem uma palavra de apreciação.

Quando ele acordou, estava preocupado. Enquanto dirigia para a cidade, ele resolveu dar água apenas para quem fosse agradecido.

Antes de permitir que as pessoas pegassem seus baldes, ele anunciou, “De agora em diante não darei água para os que não forem gratos”. As pessoas ficaram surpresas. Cada pessoa o agradeceu quando ele ou ela recebeu a água.

Tudo estava bem até o fazendeiro ter um outro sonho. Neste sonho, algumas pessoas que estavam bebendo a água eram cruéis com seus vizinhos e cruéis com seus animais. Na manhã seguinte ele estava chateado de novo. Ele decidiu dar água apenas para quem merecesse.

“Se vocês forem cruéis com seus animais ou com seus vizinhos, vocês não receberão água”, ele decretou.

As pessoas olharam umas para as outras e ficaram em silêncio. Elas sabiam quem eram as más pessoas entre eles. Quando o dono da água viu os olhares de desconfiança, teve uma idéia.

“Cada um de vocês vem e diz para mim quem não merece, então eu saberei quem é mesquinho e cruel”.

Então eles vieram um a um com seus nomes e ele fez uma lista. A lista ficava cada vez maior. Finalmente, depois que cada morador da vila falou, o fazendeiro leu os nomes. Ele estava chocado. Cada pessoa da cidade estava na lista, exceto uma.

O fazendeiro.

Então ele ficou em pé na caminhonete e anunciou que, como eram poucos os que eram gratos e ninguém era merecedor, ele não traria mais água à vila. Ele virou sua caminhonete com a água e foi para casa.

* * *

“Amai, porém a vossos inimigos, fazei bem e emprestai … e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lucas 6:35).

“Seja rápido para compartilhar a água da graça com seus inimigos – como um presente para eles, assim como foi um presente para você”.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com