O Milagre

Eis que muitos vinham

Sem se dar conta do tempo

Na ansiedade de ouvir

Algo que de boca simples

Trazia a sinceridade da simplicidade,

O bom senso e o acalentar.

Não cobrava em moedas

Mas de graça depositava

No coração de tanta gente

Que ao sol o rodeava.

Sem desprezar qualquer olhar

Não se cansava de ensinar

Palavras que vinham do alto

Para o coração nunca esvaziar.

Que prazer tão grande

Tinha de as crianças mirar

Pois delas a força viria,

E a todos a força dar

Para os dias difíceis que haveria

Poder logo suportar.

A beiro das águas um dia

Muitos a sua volta encontrará

Ao meio de todos se colocava

Em breve notará que a fome chegava.

Como sustentar a todos

Para que cansados não se fossem

Com suas almas vazias.

Logo mirou o garoto que vinha

Com pouco na cesta nos braços

Cinco pães e dois peixes

O milagre realizaria.

Aos seus alunos anunciou

Que em suas mãos tomassem

Aquele simples alimentos

Que a muitos fartaria.

O milagre se compôs

Como uma grande melodia

Até do pequeno garoto

Que o pouco doou

Distribuindo grande alegria.

A todos saciou,

E muito ainda sobrou

Doze cestos recolheram

No milagre que realizou.

Tão simples no falar,

Sério no corrigir,

Amoroso ao confortar

Verdadeiro no ensinar.

Que jamais se igualará

Aquele que homem simples se fez

Pasando por mesma vida que nós

Para a vida do homem salvar?

Nada cobrou, a ninguém nunca forçou,

Mas sempre de graça deixou,

Palavras de amor e vida a sobrar.

Messias foi chamado,

Príncipe da Paz coroado,

Hosana! Muitos aclamaram

Mas apenas coroa de espinho lhe foi dado.

Crianças nos braços teve,

Chorou pelo amigo perdido

Na cruz o lado traspassado

Mas de glória no céu revestido.

Nasceu ao recôndito do estábulo,

No meio dos doutores estava sentado,

Protegeu das pedras a pecadora,

Ao fim dos seus dias pelo homem condenado.

Mas o inimigo ria

Sem saber pelo que viria,

Foi surpreendido ao terceiro dia,

De agora para sempre ressuscitado,

Cristo a morte vencia.

por Vander e Marli