Missionário confundido com terrorista é libertado no Peru

O missionário José García Peña, preso por ter o mesmo nome de suposto terrorista procurado pela Justiça, foi libertado na sexta-feira passada, anunciou a organização evangélica Paz e Esperança.

García é pastor da Igreja Evangélica Peruana (IEP) e está no ministério entre pessoas de fala quéchua na cidade de Cusco há vários anos. Ele foi preso no dia 3 de março no prédio do Congresso, quando ia conversar com o deputado Walter Alejos.

A esposa do pastor, Hilária Bayona, comprovou no Registro Eleitoral que há outras 50 pessoas com o mesmo nome e sobrenome do seu marido.

Os advogados do pastor apresentaram na Justiça documentos da IEP e declarações de pessoas que atestam a inocência de García Peña. Argumentaram que o pastor jamais esteve no norte do país, de onde partiu a ordem de busca e prisão contra um outro José García Peña.

García Peña, o pastor, foi libertado por ordem da juíza Ana Vasquez, de Lima. Ele aguarda, agora, o certificado de homonímia, para evitar novas prisões.

Casos semelhantes ao enfrentado pelo pastor acontecem com freqüência no Peru. Há mais de 12 mil ordens judiciais de captura pelo delito de terrorismo em aberto, nas quais aparecem apenas nome e sobrenome do procurado, sem outros dados que o identifiquem com precisão.

Em certa ocasião, até mesmo o conhecido líder evangélico e ex-vice-presidente da República, Carlos García García foi preso por ter o mesmo nome de um suposto terrorista.

Outro caso dramático envolveu os irmãos Quispe Huamãn. Um deles, José, é procurado por ter cometido vários delitos, Victor é procurado por terrorismo. Teresa saiu do país, pois era procurada por narcotráfico. Ofélia também é procurada por tráfico de drogas, e Julia por roubo. Todos são
inocentes, mas seus nomes e sobrenome são muito comuns nos Andes peruanos.

O Instituto de Defesa Legal trabalha na depuração do padrão nacional de requisições por terrorismo, mas o trabalha avança com lentidão porque para anular um pedido de requisição é preciso ordem judicial.

Fonte: ALC notícias