Maria de Jesus

“Irmãos, se algum dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados. Tiago 5:19-20

Tínhamos atendido um convite de uma irmã de outra igreja que trabalharia num evento evangelístico na cidade de São Bernardo e lá chegamos no meio da manhã.

Depois de um rápido café, estávamos na rua entregando convites para as pessoas que passavam por nós para visitar a igreja e usufruir de alguns serviços que estavam sendo oferecidos como corte de cabelo, assistência jurídica, aconselhamento pastoral e psicológico entre outros.

A manhã estava agradável assim como nossos sentimentos e desejávamos mostrar aos que passavam por ali um Jesus salvador. Assim como outros envolvidos naquele local, eu não perdia oportunidades e lançava o desafio a quem passasse para mudar de vida. Já estávamos há algumas horas quando avistei de longe uma mulher que caminhava em minha direção. Surpreendi-me com o tamanho dela, pois me parecia ser muito grande. Encarei-a e na medida em que se aproximava de mim, diminuía de tamanho. Cerrei os olhos. Pensei: meu Deus, o que é isso? Tem algo estranho nela. Estávamos há poucos metros um do outro quando vi, de fato, seu real tamanho físico. Não tinha mais que 1,50. Senti que tinha de abordá-la. Falar com ela, pois tinha algo que não consegui visualizar de imediato.

“Bom dia, posso entregar um convite para a senhora?” – perguntei.

“Sim!” – respondeu, com um sorriso de um lado a outro da face.

“Qual é seu nome?”

“Maria de Jesus.”

Aproveitei a deixa do nome e iniciei uma conversa, sempre olhando nos olhos dela. A pequena Maria era, de fato, de Jesus, pois o havia aceitado há alguns anos, mas decepcionou-se com uma igreja que frequentava há quase dez anos porque se sentia humilhada por não entregar o dízimo. Desempregada, viu na coleta de papelão uma fonte de renda pequena, mas sempre com quantias que permitiam sua sobrevivência.

Perguntei onde estava sua família e me contou com lágrimas que estavam na distante Bahia e aqui só possuía um companheiro que conhecera nas ruas catando papelão. A cada pergunta, sentia uma paz tanto em mim quanto nela e, aos poucos, suas lágrimas foram trocadas por um sorriso maior ainda do que aquele que ela mostrou no começo da conversa.

Disse que não deveria se importar com os homens que usam de forma errada o poder que Deus lhes dá, mas que devia voltar para a igreja e fazer sua parte, inclusive levar seu companheiro. Chamei um irmão que estava próximo e, ali, juntos oramos. Não disse mais nada, porém fiquei feliz quando ela afirmou que ainda naquele dia voltaria à igreja.

Pensei no que aconteceu e conclui que aquela mulher era realmente uma grande mulher, porque me revelara que tinha ministério na igreja, mas que pelo próprio homem deixou de acreditar nela mesma. Quando a vi partir, observei uma mulher restaurada e, com certeza, de volta à luta.

Creio que existam muitas “Marias” perdidas, só precisando de uma atenção para voltar para os caminhos do Senhor e se você está nessa situação, esse é o momento. Abra seu coração para Jesus, peça perdão e forças e volte. Tem muita gente precisando de você restaurado.

“Senhor, nós te pedimos: resgate as “Marias” para que elas possam ser, de fato, de Jesus. E é justamente no nome dele que oramos amém”.

Fraternalmente em Cristo