Igreja da Índia sofre novo ataque

A igreja “Believer’s Church”, em Lamding, distrito de Thoubal, no estado de Manipur, Índia, sofreu outro ataque no dia 29 de maio.

Membros da igreja enviaram um memorando para o supremo ministro de Manipur, O. Ibobi Singh, em 30 de maio, protestando contra os ataques.

Cópias também foram enviadas para o diretor geral da polícia em Manipur; o inspetor geral e o superintendente da polícia do distrito de Thoubal.

O memorando pedia ao para Singhi providenciar segurança para a igreja e a volta de uma guarda policial.

A igreja “Believer’s Church” e outras vítimas de religiões minoritárias na Índia dirigem-se ao alto posto para pedir proteção. “Apesar de repetidos pedidos ensejados pela série de ataques e ameaças às minorias, medidas de segurança ainda estão para ser tomadas em relação a isto.”

Atiradores não identificados abriram fogo contra a igreja na noite do dia 29 de maio. Uma pessoa foi ferida, ao cair em um bueiro, em pânico, depois de ouvir os tiros. Entretanto, 30 obreiros e missionários da igreja que estavam presentes na hora não foram feridos.

O ataque é o quarto sobre a Believer’s Church. O primeiro ataque ocorreu em 23 de novembro, 2004, quando uma multidão de hindus demoliu o templo que estava sendo construído.

O segundo ataque ocorreu em 8 de março, quando cerca de 20 pessoas atacaram a igreja e destruíram o muro externo. A igreja foi atacada em 19 de abril novamente.

No ataque mais recente , um grupo de cristãos estava congregado na igreja quando um jipe se aproximou lentamente por volta das 23 horas. “Quando ligaram as luzes para ver quem estava no veículo, eles abriram fogo” disse o Reverendo S. Prim Vaiphei, pastor da Believer’s Church.

“Eles dispararam mais de 40 tiros para o alto e em volta da igreja, criando pânico e caos. Conseqüentemente, um dos nossos obreiros, o Sr. Jangkhogin Chongloi, caiu em um bueiro e sofreu ferimentos leves” explicou Vaiphei.

Um pouco mais cedo no mesmo dia, um morador hindu que simpatiza com os cristãos avisou a Vaiphei por telefone que pessoas estavam planejando um ataque à igreja naquela noite.

“Eu imediatamente liguei para o superintendente da polícia e contei sobre o aviso” disse Vaiphei. “Um policial, aparentemente enviado pelo superintendente, veio à paisana por voltas das 19 horas para ver a situação nos arredores da igreja e depois foi embora.”

“Nossos obreiros e missionários estavam assustados e não conseguiram dormir”, explicou Vaiphei. “Na verdade, eles estavam protegendo a igreja, e por isso, quando viram o jipe se aproximando da igreja, suspeitaram de alguma coisa e concentraram suas luzes sobre ele.”

Vaiphei disse que os cristãos imediatamente informaram o incidente para a polícia, mas a polícia não visitou a igreja antes das sete horas da manhã do dia seguinte. Quando os membros da igreja foram ao posto policial, na tarde do dia 30, a polícia se recusou a registrar a reclamação.

“Entretanto, o escritório do superintendente policial aceitou a reclamação na mesma tarde” continuou Vaiphei.

A situação em Lamding está tensa desde o ataque anterior, em 19 de abril. Uma “Comissão contra a construção da igreja em Lamding” (CACCL – Committee Against the Construction of the Church at Lamding), criada pelos moradores da região, tem feito ameaças repetidas contra os membros da igreja.

“Em 21 de abril, o Sr. Nityai Meitei, da CACCL, disse para um jornal local, o Sangai Express, que a Believer’s Church deveria deixar as terras ou teria de enfrentar as conseqüências” afirmou Vaiphe.

Compass também falou com o sub-inspetor N. Manikant do posto policial de Thoubal, que alegou que o ataque não foi planejado.

“Os atacantes aparentemente eram de um grupo extremista local chamado de ‘Valley’, pois carregavam armas sofisticadas”, disse Manikant disse. “Eles abriram fogo só quando dois missionários da igreja dirigiram suas luzes sobre eles”.

Manikant admitiu que não havia nenhuma equipe de segurança perto da igreja naquela noite, apesar do aviso de um possível ataque e uma ordem judicial de injunção, emitida em 3 de fevereiro, ordenando às autoridades locais a providenciarem uma guarda de segurança para a igreja.

Manikant negou a existência de uma ordem judicial, dizendo que o superintendente policial providenciou voluntariamente uma “equipe móvel de policiais” para proteger a igreja contra qualquer ataque.

Entretanto, quando Compass ligou para Nikhit Kumar Ujwal, o superintendente policial do distrito de Thoubal, ele não fez comentários.

Tradução: Ricardo Glöe Mendes
Fonte: Compass Direct / Missão Portas Abertas