O que é um modelo de discipulado cristão?

A igreja cristã primitiva definiu o modelo de discipulado bíblico. Tal modelo, aliado à convicção pela qual só a verdadeira fé embasada na Palavra de Deus pode trazer, fez com que muitos destes irmãos em Cristo fossem capazes de entregar suas próprias vidas em favor do Evangelho.

As bases para esse método estão descritas no livro de Atos, capítulo 2, nos versículos de 42 a 44: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.” (Atos 2:42-44)

Existem hoje diversos modelos, por vezes chamados de visão, para a aplicação do discipulado nas igrejas cristãs. Um modelo de discipulado é uma forma de organizar tal trabalho, abrangendo tanto as questões espirituais, como as ministeriais e administrativas.

Esses modelos possuem os mais variados nomes: pequenos grupos, grupos de crescimento, grupos familiares, MDA (modelo do discipulado apostólico), G12, 5×5 e todos estão baseados na existência de um discipulador que lida com um ou mais discípulos. Como exemplos temos o MDA, que é entre um discipulador e um discípulo e o G12 (não confundir modelos de discipulado com a doutrina do G12), que tem um discipulador e o número médio de 12 discípulos no grupo, chamado de célula.

Há dois objetivos principais em um grupo de discipulado: a edificação do grupo e a sua multiplicação:

Edificação: é feita geralmente com o compartilhamento da Palavra de Deus, o acompanhamento dos discípulos tanto na vida espiritual como na vida cotidiana, que muitos chamam de “andar juntos” e principalmente pelo testemunho do líder do grupo. Algumas igrejas adotam a padronização de estudos para as reuniões dos grupos como forma de edificação uniforme.

Multiplicação: visa o crescimento correto da Igreja, pois quanto mais discípulos de Cristo são gerados, mais saudável será o Seu rebanho. Para a multiplicação dos grupos é necessário o evangelismo para atrair as pessoas para que possam conhecer Jesus, entregar suas vidas a Ele e receberem todos os benefícios da sua morte expiatória. Faz-se necessária também a formação de discipuladores, que irão dar continuidade ao trabalho ao iniciar um novo grupo, como líder.

Uma igreja que trabalha corretamente com algum modelo de discipulado tem, entre outras vantagens, o fato de que não há pessoas liderando sem que tenham um acompanhamento, isto é, ninguém está solto e pode agir como quiser, sem tem que dar satisfações de sua vida. Mesmo o pastor presidente de uma destas igrejas deve estar debaixo da autoridade de um conselho pastoral ou ministerial.

Outra grande vantagem é que o discipulado gera o pastoreio eficaz, pois tem-se algumas pessoas qualificadas cuidando de pequenos grupos de cristãos da igreja discipulando-os, orando por eles, aconselhando-os e os ajudando a superar dúvidas, problemas e dificuldades. O pastor da igreja por sua vez discipula esses líderes de pequenos grupos transmitindo-lhes o foco ministerial da igreja local, a linha doutrinária adotada, municiando esses líderes com conhecimento para lidar com seus grupos e fazendo o mesmo papel que esses líderes fazem com seus discípulos: orar por eles, aconselhá-los, e ajudar a superar dúvidas, problemas e dificuldades.

Notas:

Artigo publicado originalmente em www.crerepensar.net