Basquete Brasil busca inspiração em filmes de Hollywood e música evangélica

Quando Brasília e Flamengo entram em quadra para disputar as finais do NBB, um outro “time” caminhou ao lado deles. Gente que nem sabia o tamanho de sua importância num momento decisivo para eles. O ‘Gladiador’ de Russel Crowe esteve ali dentro. As músicas de Zeca Pagodinho também. As mensagens de louvor nas letras dos cantores evangélicos, assim como as nada comportadas dos rappers americanos. Todos eles foram usados pelos jogadores para buscar ainda mais motivação e foco.

Na Gávea, houve um tempo em que assistir ao filme ‘Gladiador’ era praticamente uma obrigação do time. Oscar, apaixonado pela história de Maximus, comandante do exército romano, sempre levava a fita no ônibus da equipe. O atual elenco não tem esse hábito, mas o filme continua sendo uma inspiração para um outro cestinha.

“Já aconteceu de a gente assistir antes de um jogo e achei legal. Gosto daquele espírito lutador, daquela história de superação, que o ‘300’ também tem. E lembra muito nosso time, que no início da temporada enfrentou dificuldades, perdeu jogadores por causa de lesões e ainda assim conseguiu chegar à final contra o Brasília. É aquela mensagem de não se entregar nunca e acreditar que as coisas vão dar certo”, disse Marcelinho.

As músicas também têm ajudado o grupo. Antes de cada confronto, elas tocam no vestiário e algumas conseguem falar alto aos ouvidos deles.

“A gente toca essas mais da moda. Às vezes rola uma que a gente fala: “Isso é playoff!”. A gente gosta de ‘DMX’, que tem letras mais pesadas e faz a gente entrar no clima legal. A equipe acorda para o jogo e depois fica calma. Nós estamos muito confiantes para esses dois jogos. Não podemos entrar para ganhar um só na casa deles. Temos que pensar em vencer os dois”, afirmou o ala-armador do time Rubro-Negro, que tem 1 a 0 na série.

BRASÍLIA – Se Marcelinho e seus companheiros preferem o hip hop, Estevam, pivô do Brasília, aposta na música evangélica. E não dispensa o exemplo dado por William Wallace, personagem interpretado por Mel Gibson em ‘Coração Valente’. O armador Valtinho, procura nas letras de Zeca Pagodinho, Revelação e Arlindo Cruz a inspiração extra para enfrentar adversários. Diverte-se ao dizer que chega animado para o confronto. E é esse sentimento que ele queria apresentar nesta sexta-feira, 29, para ajudar a fazer o jogo da equipe “fluir como fez durante toda a temporada”.

“Prefiro ficar calmo antes da partida. Essa música me ajuda a controlar aquela ansiedade, o nervosismo, o frio na barriga. Já comecei a ouvir na quinta-feira, 28. Também gosto de ver ‘Coração Valente’ e todos os filmes que transmitem muita superação e trabalho em equipe”, admite Estevam.

E isso eles vão precisar se quiserem empatar a melhor de cinco e seguir tentando por fim ao reinado do Flamengo, que busca o terceiro título brasileiro consecutivo. Na quarta-feira, 27, Brasília teve de contornar desentendimentos internos envolvendo Mineiro, Alex e o técnico Lula Ferreira.

“Eu acho muito válido passar filmes para o time em momentos assim, embora a gente não costume usar isso. Trabalhamos assim numa época na seleção e ajudava muito. Gosto muito de filme de guerra, do tipo ‘Falcão Negro em perigo’. Aquela coisa de não deixar ninguém para trás, de que todos têm que lutar por um. Isso emociona. Mostra que temos que trabalhar coletivamente em quadra, um tapando o buraco do outro, o que não difere de uma batalha. O que não difere daqueles homens do filme”, disse Pipoka, assistente técnico de Lula Ferreira, que prefere a preleção de Al Pacino para o time de futebol americano em ‘Um domingo qualquer’.

Já João Batista, auxiliar de Paulo Chupeta no Flamengo, diz gostar da história de ‘300’.

“Este ano não fizemos um vídeo motivacional para o time nesta final como nos anos anteriores. Já aconteceu de passarmos ‘300’ para eles e até mesmo de vermos a gravação de material de outros atletas do clube com mensagens de apoio ao time. É uma força a mais”.