Convertido é libertado de sanatório no Egito

Cinco meses depois de ter sido forçadamente enviado a um sanatório por se converter ao cristianismo, Gasir Mohammed Mahmoud foi solto do hospital psiquiátrico em Cairo.

Mahmoud foi solto no dia nove de junho do Hospital El-Khana, onde dois policiais de Suez o internaram em janeiro passado.

Mahmoud, de 31 anos, disse ao Compass que o medico que retirou as acusações chamou sua mãe adotiva para que ele fosse retirado de lá.

“Mas me disse para não retornar a Suez”, declarou Mahmoud, alertando-o que passaria por problemas, tanto por parte de seu pai como da polícia local.

Adotado na infância, Mahmoud foi criado por um casal de muçulmanos, que foi alertado em dezembro passado de que ele se convertera ao cristianismo há dois anos. Porém a fúria de seu pai fez com que emitisse uma ameaça de morte contra o filho por cometer apostasia.

Depois de sua mãe ter pedido às autoridades locais para proteger seu filho de ser morto, eles sujeitaram Mahmoud a um infindável interrogatório.

Inicialmente, Mahmoud disse que foi interrogado “de maneira decente” em frente a um segurança do estado chamado Mohammed Amar. Ele então foi transferido para ser interrogado por dois outros oficiais, tentando convencê-lo a voltar ao islamismo. Oito dias depois de sua detenção, alimentando-se somente de comida de outros detentos, ele foi enviado ao Departamento de Segurança de Suez para investigação, o que levou quatro dias.

Depois disso, ele foi solto. Pelo fato de sua única Bíblia ter isso destruída, ele parou em frente a uma igreja evangélica, durante a volta para casa, para pedir outra cópia. “Mas eles ficaram com medo”, disse ele. “E se recusaram a entregar uma Bíblia para mim”.

Logo depois que ele retornou a sua casa. Uma mensagem foi enviada a ele pedindo para que se encontrasse novamente com Mohammed Amar. Quando o policial perguntou o motivo de ele ter parado em uma igreja novamente, Mahmoud disse que não conseguiria ficar longe da igreja.

Depois de quinze dias na delegacia de Suez, ele foi levado perante a corregedoria, sofrendo acusações de seu pai de que ele o teria agredido. “Como eu poderia ter feito isso, enquanto estava detido?”, indagou Mahmoud.

Sendo assim, o corregedor autorizou sua liberdade, instruindo-o a se reportar à polícia local, para se certificar de que nenhuma outra acusação seria feita contra ele. Porém, quatro dias depois, um tenente e um comandante levaram Mahmoud em um carro de polícia até o Hospital Abbasseya em Cairo.

Quando o hospital psiquiátrico recusou-se a recebê-lo, levaram-no de volta a Suez. Já em janeiro, a polícia o levou o até El-Khana, onde um comitê médico foi formado para examinar o caso.

“Em uma ocasião, eles me puseram sem roupas em um quarto isolado. Encheram o quarto com água, impedindo-me de dormir”. Durante o confinamento, ele foi agredido fisicamente em várias ocasiões. Como se não bastasse, deixavam-no dopado duas vezes ao dia.

O psiquiatra supervisor, Dr. Nevine, tinha dito que ele nunca conseguiria autorização para deixar o hospital a menos que ele voltasse a ser muçulmano. Mas várias publicações internacionais voltadas para esse caso aparentemente convenceram as autoridades do hospital a retirar as acusações contra Mahmoud.

Embora a mãe de Madmoud tivesse reservado um quarto para ele em Cairo depois de sua liberdade, ele encontrou outra hospedagem com amigos cristãos na cidade.

A lei egípcia proíbe os muçulmanos de mudarem oficialmente a identidade religiosa quando passam a ser cristãos, embora não-muçulmanos possam livremente tornar-se muçulmanos e legalmente mudarem o registro de identidade de cristãos para muçulmanos.

Debaixo da impunidade das regulamentações jurídicas, os oficiais do Serviço de Segurança e Investigação do Estado regularmente perseguem, interrogam e prendem cidadãos muçulmanos suspeitos de se converterem ao cristianismo.

Tradução: Fabio Caruso Melo
Fonte: Compass Direct / Missão Portas Abertas