Crônicas de Narnia: Conservadores cristãos perdoam a Disney

A Disney está perdoada. A American Family Association (Associação da Família Americana), entidade cristã conservadora com sede no Estado do Mississippi, revogou o boicote que mantinha sobre a Casa do Mickey há quase uma década.

Em 1996, a AFA criticou o estúdio por “promover o homossexualismo” (os parques temáticos da companhia na Califórnia e na Flórida se abriam para os “farristas impuros” do Gay Day) e “se associar com filmes trash” (em referência aos lançamentos da Miramax, ligada à Disney, como Pulp Fiction). Exigia, entre outras coisas, a criação de um conselho consultivo de cristãos evangélicos dentro da própria Disney.

Pois tudo isso é passado – segundo informa o jornal inglês The Guardian. Dentre os motivos que levaram ao “perdão” estão o desligamento dos irmãos Bob e Harvey Weinstein do controle da Miramax e a saída iminente do executivo-chefe Michael Eisner (de quem ninguém gosta mesmo) do controle da Disney. “Eisner foi a parte principal do problema. Ele nem ao menos sentava conosco para dialogar. E eles se envolveram com a Miramax, que estava realizando muitos filmes trash”, explicou Tom Widmon, presidente da AFA.

A trégua deve se consolidar em 9 de dezembro, com o lançamento de As Crônicas de Narnia: O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa, maior aposta do estúdio em 2005. Os conservadores enxergam no universo mágico do livro do autor cristão C.S. Lewis veladas alegorias cristãs. “Nós sabemos que há muitos evangélicos que irão assistir ao filme”, completou Widmon. A Disney não comentou o fim do boicote.

Assista ao teaser trailer de “As Crônicas de Narnia: O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa”.

A adaptação dirigida por Andrew Adamson (Shrek 2), tem lançamento previsto para 9 de dezembro de 2005.