O homem é por natureza voraz.
Um gafanhoto insaciável que jamais se satisfaz.
Mais na vida, mais na morte, mais no banco, mais na cama…
Quando ri, quando chora, quando odeia, quando trama…
O homem é sempre insatisfeito!
Chora a vida inteira, como criança de peito.
Como um abismo infernal, um incêndio, um poço sem fundo!
Engole sem sentir o gosto, coisas, pessoas, a vida, o mundo…
Todo o homem tem o olho maior que a barriga! Como menino com lombriga!
Quando quer, chora, trapaceia, faz pirraça, intrigas…
Enche a cara e se embriaga com tudo o que aparece.
É fogo inextinguível, devorando tudo, enquanto fenece.
É consumido pelo desejo que alimenta!
É irrequieto, não sossega! Sem parada, não se assenta!
Morre insatisfeito em sua ânsia de viver.
Vive fingindo que é, enquanto preocupa-se em ter.
O homem é o lobo do homem, a sua própria praga.
Vaca magra, engolindo vaca magra!
Humanidade Inflamada e Vazia! Planeja o próximo ano e vomita o pão de cada dia.
Mais dinheiro, mais sexo, drogas, rock and roll, mais poder, mais glorias, mais fantasia…
Glutão de corpo alma e coração; se enche de tudo, pra sentir remorso e pedir perdão.
E comer de novo sem tapar o buraco do dente, do estomago, da vida, do coração.
No lagar da sua ira tritura seus relacionamentos, sonhos, valores, sentimentos…
O homem é o quinto elemento! Insaciável como o fogo, a terra a água e o vento.
Para ruminar vida afora:
“A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá.” Provérbios 30:15