Quem desceria ao inferno comigo?
Quando eu não fosse mais o mesmo?
Quando eu já não tivesse mais nada a oferecer?
Se eu perdesse o dom da palavra,
Se eu não tivesse uma boa aparência,
Se eu fosse pego em fragrante,
Se eu perdesse a saúde,
Se eu desenfreasse a beber,
Se não me restasse mais nada!
Se eu fosse reduzido a menos que a essência!
No centro do inferno de Dante quem seria meu amigo?
Quem apostaria em mim, mesmo eu sendo realmente ruim?
Quem investiria em mim, mesmo sem a expectativa de retorno?
Quem terá tal paixão por quem não presta?
Quem perdoaria sempre e tantas vezes?
Se eu cuspisse no seu rosto tão solícito?
Se eu dissesse que gosto de ser assim?
Se eu fosse frio, não quente ou morno…
Se eu não o convidasse para a minha festa!
Se eu não fosse bom marido, filho, pai ou freguês…
E se o meu pecado fosse explícito?
Quem se assentaria comigo na sarjeta?
E comeria o pão que o diabo amassou?
Quem morreria por mim ou pior, viveria ao meu lado?
Quando a cortina se fechasse, o show acabasse,
Quando a luz se apagasse e o palhaço chorasse…
Seria, o meu calmante tarja preta?
A foto amarelada de um amor que passou?
Quem desceria ao inferno comigo?
Só tu Senhor Jesus! Meu amado, meu Senhor, meu Amigo!
Para ruminar vida afora:
“Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até as regiões inferiores da terra?” Efésios 4:9