Discurso religioso será ponto fundamental nas eleições do Rio

Carlos Dias, o que deu início a uma longa disputa judicial entre grupos a favor da iniciativa e os defensores do Estado laico.

Cesar Maia observa que esta será uma das raras eleições no Rio em que não haverá um evangélico entre os candidatos ao cargo majoritário. Para ele, isso “aumenta o poder de transferência (de voto) da Clarissa Garotinho”.

Nas duas últimas eleições para prefeito do Rio, o candidato evangélico foi o bispo licenciado da Igreja Universal Marcelo Crivella, que acaba de assumir a Secretaria da Pesca, em uma manobra do governo Dilma Rousseff para diminuir a resistência dos fiéis a Haddad. Um dos maiores atritos dos evangélicos com o governo ocorreu no Ministério da Educação, por causa dos kits anti-homofobia que seriam distribuídos nas escolas públicas.

“Quando você escolhe um prefeito, um governador, um presidente, você escolhe um administrador, mas também um líder que serve de exemplo para o povo”, diz Garotinho. “Ninguém está fazendo campanha para papa ou bispo, a campanha é para prefeito. Não vai ser o principal, mas as temáticas religiosas vão estar presentes.”

Ecumênico

Há três semanas, Paes prometeu a líderes evangélicos “a maior Marcha para Jesus de todos os tempos”, em referência ao evento previsto para 21 de abril. O prefeito também tem feito acenos a outros grupos religiosos. Aos católicos, garantiu empenho nos preparativos para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, com participação do papa Bento 16. No ano passado, agradou os seguidores de religiões de origem africana ao dar às festas a Iemanjá o status de patrimônio cultural carioca.

Mas em nenhum segmento religioso Paes tem tanto prestígio quando na comunidade gay. Além de apoiar as marchas realizadas ao longo do ano, o prefeito criou a Coordenadoria Especial de Assuntos da Diversidade Sexual e estimula várias iniciativas, inclusive uma campanha institucional, de combate à homofobia.