Marina vê preconceito religioso contra Feliciano

A ex-ministra Marina Silva (sem partido) se envolveu em uma polêmica nas redes sociais ao afirmar que o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), que é pastor e preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, “está sendo criticado por ser evangélico e não por suas posições políticas equivocadas”. Feliciano é acusado de racismo e homofobia. Ele assumiu o comando da comissão no dia 7 de março.

Também evangélica, a provável candidata à Presidência em 2014 fez a afirmação em palestra na Universidade Católica de Pernambuco na terça-feira. A repercussão do caso na internet nesta quarta-feira, 15, obrigou a assessoria da ex-senadora a postar vídeo da palestra no Facebook, com o trecho em que ela se referia a Feliciano. Em nota, a assessoria da ex-senadora afirmou que “as declarações foram interpretadas equivocadamente por alguns órgãos da imprensa”. “Marina Silva criticou o deputado Feliciano e, de forma didática, dissociou isto da opção religiosa dele”, diz a nota, assinada pela Rede Sustentabilidade, partido que Marina tenta criar.

“Minha fala foi tirada do contexto. Minha opinião sobre Feliciano continua a mesma, o considero despreparado para presidir a comissão. Mas o fato é que não se deve criticá-lo por ele professar uma religião, mas por suas opiniões e atitudes”, explicou Marina na mesma nota.

Horas antes, a ex-senadora interpretou as inúmeras postagens na rede como uma “orquestração” para prejudicá-la.

Na palestra na terça-feira, Marina reafirma que tem “compromisso com o Estado laico”. Cita o caso da Comissão de Direitos Humanos como um debate “potencializado” por fatores religiosos. Afirma que o deputado “não tem tradição de defesa dos direitos humanos”. “E aí a gente acaba combatendo um preconceito com outro. Porque se, por ventura, ele fosse ateu, eu não gostaria de dizer que as posições equivocadas dele era porque ele era ateu e nem dizer que se fosse judeu, pelo fato de ser judeu, e nem se fosse espírita, ou de qualquer outra crença, pelo fato de ser dessa crença. Da mesma forma que eu acho que o Blairo Maggi na Comissão do Meio Ambiente não deve ser criticado pelo fato de ser empresário, mas pelo fato de não ter tradição de defesa do meio ambiente”, disse Marina a estudantes.