Boletim da Copa: a reunião dos Atletas de Cristo depois do primeiro jogo

Deus não trabalha com favoritos

As longas filas para revistar, um por um, a todos torcedores, impostas pelo esquema de segurança, tornaram a entrada nos estádios lenta, complicada e irritante. Mas ao dar de cara com a arquibancada toda colorida de verde e amarelo no estádio de Berlim, fiquei todo arrepiado. Meu coração bateu mais forte ao ritmo da batucada e senti um enorme orgulho de ser brasileiro. Só então é que caiu a ficha: estamos na Copa do Mundo!

Foi um jogo difícil e o grito de alegria engasgado na garganta só saiu quando Kaká marcou aquele golaço no fim do primeiro tempo. Saquei meu tamborim e bati nele com toda força, louvando a Deus não só pelo gol mas pelo fato dele ter saído dos pés formosos de um daqueles que anunciam boas novas pelos montes, campos, estádios, TVs e telões do mundo inteiro (Romanos 10:15b).

Saímos felizes do estádio. O comportamento da torcida da Croácia, abraçando os brasileiros na saída do jogo, nos surpreendeu. Anselmo e eu fizemos bastante exercício correndo atrás de táxi para levar as esposas dos atletas e seus filhos pequenos de volta para o hotel.

Não conseguimos nenhum táxi vazio e quando conseguimos embarcá-los no metrô, já passava de meia-noite. Voltamos correndo para o estádio a fim de pegar o último trem de subúrbio para a casa onde estávamos hospedados.

Fomos dormir depois das duas, acordamos cedo e voamos baixo pra chegar em Königstein antes do meio-dia, para estarmos prontos para servir aos atletas em seu dia de folga e, também, encontrar Jorginho e o pessoal do Kickoff 2006 no aeroporto de Frankfurt.

Nos dois dias seguintes lavei roupa, fui ao supermercado, coloquei a correspondência em dia, troquei de carro, instalei um novo GPS, falei na koinonia da casa da família que nos hospeda e em um café da manhã de homens cristãos. Assisti alguns jogos pela TV e preparei o estudo bíblico para a reunião dos atletas que aconteceu ontem, antes do embarque da seleção para Munique.

Não vieram tantos como na reunião anterior, mas a reunião foi muito boa! Começamos orando pelo Ronaldo e todos que andam debaixo de muito cansaço físico e stress.

Estudamos a luta interior travada no palco da nossa mente, entre o espírito e a nossa velha natureza pecaminosa. O texto base está em Romanos 7 e 8. Pedi que cada um orasse para que Deus o ajudasse a fazer aquilo que não consegue fazer por si mesmo nesse campo de batalha.

A qualidade do que ouvi da boca de cada um desses cinco atletas em suas súplicas me alegrou o coração de forma extraordinária. Percebi que eles são jóias raríssimas nas mãos de Deus. Fiquei imaginando a alegria do Senhor com essas orações chegando à Sua presença como incenso de aroma agradável. Concluí que em Cristo o nosso trabalho não tem sido nem será vão.

Li para os atletas alguns e-mails recebidos nesta semana:

“Gostaríamos de demonstrar nosso carinho por todos os pastores e atletas de Cristo que estão representando o Brasil na Alemanha.”

“Gostaríamos que os jogadores soubessem que nossa igreja está orando por eles, por proteção e para que o Senhor Jesus possa ser glorificado e exaltado em todo o tempo na vida de cada um.”

“Deus tem e terá o melhor, e que eles fiquem bem atentos para escutar a voz do Espírito Santo… pois Deus tem muito o que falar e ensinar!”

“Hoje o mundo viu o Kaká levantando suas mãos e glorificando o nome de Jesus! Glória a Deus por isso! Que o Senhor Jesus dê ânimo e valentia para todos vocês!!!”

“Parabéns por ontem. Gostei do Brasil ter ganhado e mais ainda que o gol da vitória tenha sido feito por um dos Seus. Espero que tudo continue correndo bem por aí. E que Seus meninos continuem iluminados. Um abraço no pastor Anselmo.”

Hoje, tiramos o dia para viajar de carro para Munique onde a seleção joga amanhã contra a Austrália. Estamos hospedados no belíssimo acampamento Palavra da Vida às margens do lago Starrberger Sea.

Nosso DVD Além da Vitória tem sido exibido em algumas das 1200 igrejas daqui durante os intervalos dos jogos.

O clima de otimismo já não anda tão exagerado nas ruas de Munique. A falta de ritmo ainda enfrentada pelo Ronaldo e o impacto do primeiro jogo fizeram com que todos passassem a ter uma visão mais realista do que nos espera daqui pra frente. E isso é muito bom porque Deus não costuma trabalhar com favoritos…

Servindo a Cristo na Copa,

Alex
Munique, 17 de junho de 2006

Leia outras matérias de irmaos.com na Copa