O Terminal

O que você está esperando? Ou melhor, como você está esperando? Essa é a mensagem dO Terminal, filme da parceria Hanks-Spielberg. Eles estão de volta depois do excelente trabalho que fizeram juntos em Prenda-me se for capaz, o qual contou ainda com a competente participção de Leonardo Di Caprio.

Em O Terminal, Tom Hanks é Viktor Navorsky, um cidadão de Krakhozia, país do leste europeu localizado entre a Croácia e o Azerbaijão. Falando sério, este país não existe. O diretor Steven Spielberg preferiu escolher um nome fictício para evitar problemas diplomáticos e para não precisar justificar o também fictício golpe de estado ocorrido lá. Ao chegar aos EUA, Navorsky acaba retido pela imigração por causa do golpe que aconteceu enquanto ele voava para lá. Naquele momento, Krakhozia não existia mais e, enquanto o impasse não é resolvido, Navorsky não pode entrar nos EUA nem voltar para o seu país.

A partir daí segue-se um filme encantador que cumpre bem sua proposta de divertir e emocionar. Spielberg, ao contrário de seus trabalhos mais marcantes como Tubarão, A Lista de Schindler e o recente Guerra dos Mundos, faz um trabalho descontraído e muito agradável de se assistir. Você não precisa se preparar para uma história complexa, totalmente “cabeça” e com todas as pontas ligadas. Essa história não precisa disso. É a narrativa da vida de uma pessoa simples e sincera que, por manter-se fiel aos seus ideais e à sua promessa, precisa morar por um tempo em um aeroporto.

Para muita gente, o personagem de Hanks pode parecer um panaca que não sabe se aproveitar das situações para dar a volta por cima. É assim que muitas pessoas são vistas quando não aceitam suborno, devolvem o troco dado errado ou preferem pagar dez vezes mais por um produto só para não cometerem pirataria. No fim, tanto no filme como na vida, quem age corretamente é bem-aventurado.

Navorsky fica lá no aeroporto esperando. Ninguém sabe o que nem por quê. A diferença é como ele passa esse tempo. Ele não fica se lamentando, desesperado tentando resolver do seu próprio jeito a situação. Quando entende que não há mais nada o que se fazer, ele simplesmente relaxa e aproveita esse tempo para edificar sua vida. Isso faz você pensar em algo? Quando nossa vida está nas mãos de Deus e a única coisa que temos a fazer é esperar, o melhor é fazer com que essa espera seja produtiva.

O Terminal é um filme simples, sensível e apaixonante. Conta com uma direção competente e atuações de tirar o chapéu, desde os protagonistas até os marcantes coadjuvantes que roubam o filme em muitas cenas. Filme excelente para se assistir com a família ou com um grupo de amigos numa noite chuvosa de sábado.