A paisagem do país elevado

Quando estava em Colorado em umas férias de uma semana, nossa família juntou-se com muitas outras e decidiu subir ao topo de 4.267 metros de altura. Escalaríamos pelo jeito mais fácil. Dirigir pela mata e enfrentar os últimos 1.610 metros a pé. Os sinceros andarilhos ficariam com tédio, mas por uma família com três meninas pequenas, era tudo que podíamos suportar.

A viagem foi tão cansativa quanto bonita. Fui relembrado quanto o ar era rarefeito e minha cintura não era.

Nossa Sara de quatro anos teve a dificuldade dobrada. Uma queda nos primeiros minutos a deixou com um joelho ralado e um passo tímido. Ela não queria andar. Na verdade, ela se recusou a andar. Ela queria andar de cavalinho. Primeiro em minhas costas, depois nos braços da mãe, depois minhas costas, depois nas costas de um amigo, depois minhas costas, depois na da mãe. Bem, você entendeu.

Realmente, você sabe como ela se sentiu. Você, também, caiu, e você, também, pediu ajuda. E você, também, recebeu-a.

Todos nós às vezes precisamos de ajuda. Esta viagem fica íngreme. Tão íngreme que alguns de nós desistem.

Alguns param de escalar. Alguns apenas sentam. Eles ainda estão perto da trilha, mas não estão nela. Eles não abandonaram a excursão, mas não a continuaram. Eles não desmontaram, mas também não estimularam. Eles não renunciaram e ainda também não resolveram.

Eles simplesmente pararam de andar. Muito tempo é gasto sentando ao redor da fogueira, conversando sobre como as coisas eram. Alguns sentarão no mesmo lugar durante anos. Não mudarão. As orações não vão aprofundar. A devoção não vai crescer. A paixão não vai aumentar.

Alguns poucos até crescem cínicos. Magoam o viajante que os desafiou a recomeçar a viagem. Magoam o profeta que os desafiam a verem a montanha. Magoam o explorador que os lembrou do seu chamado. Peregrinos não são bem-vindos aqui.

E então os peregrinos vão andando enquanto o colonizador coloniza.

Coloniza para a mesmice.

Coloniza para a segurança.

Coloniza para montes de neve.

Espero que você não faça isso. Mas se você faz, espero que você não despreze o peregrino que o chama para voltar para a viagem.

Vale a pena continuar andando.

Enquanto eu tentava, sem sucesso, convencer Sara a andar, eu tentava descrever o que iríamos ver. “Será tão bonito,” contava para ela. “Você vai ver todas as montanhas e o céu e as árvores.” Sem sucesso – ela queria ser carregada. Ainda uma boa idéia, entretanto. Mesmo se não funcionasse. Nada coloca mais energia na viagem do que uma visão do topo da montanha.

Por acaso, uma cena maravilhosa o espera também. O escritor de Hebreus nos dá um pedaço do céu National Geographic. Preste atenção como ele descreve o topo do monte Sião. Ele diz que quando alcançarmos o monte teremos “chegado à cidade do Deus vivo… às miríades de anjos… à igreja dos primogênitos inscritos nos céus… a Deus, o juiz de todos… aos espíritos dos justos aperfeiçoados… a Jesus, o mediador de um nova aliança… ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel” (Hebreus 12:22-24).

Que monte! Não vai ser maravilhoso ver os anjos? Finalmente saber como eles são e quem eles são? Ouvi-los contar das vezes que estiveram ao nosso lado, até dentro de nossas casas?

Imagine o encontro com os primogênitos. O encontro de todos os filhos de Deus. Sem inveja. Sem competição. Sem divisão. Sem pressa. Seremos perfeitos. Sem pecado. Sem mais erros. Sem mais tropeços. A cobiça vai acabar. As fofocas serão silenciadas. O rancor removido para sempre.

E imagine ver Deus. Finalmente, olhar fixamente o rosto do nosso Pai. Sentir o olhar fixo do Pai em você. Nenhum deles cessará.

Ele fará o que prometeu que faria. Farei novas todas as coisas., ele prometeu. Restaurarei o que foi tomado. Restaurarei seus anos de inclinação em muletas e preso em cadeira de rodas. Restaurarei os sorrisos enfraquecidos pela mágoa. Tocarei de novo as sinfonias não ouvidas por surdos e os pores-do-sol não vistos pelos cegos.

O mudo cantará. O pobre festejará. As feridas sararão.

Farei novas todas as coisas. Restaurarei todas as coisas. A criança infectada por doença correrá para seus braços. A liberdade perdida pela opressão será ignorada pelo seu coração. A paz de um coração puro será meu presente para você.

Farei novas todas as coisas. Nova esperança. Nova fé. E acima de tudo novo Amor. O Amor do qual todos os outros amores falam. O Amor diante do qual todos os outros amores empalidecem. O Amor que você tem procurado em mil portos em mil noites. Este meu Amor será seu. 1

Que monte! Jesus estará lá. Você tem almejado vê-lO. Você finalmente verá. É interessante o que o escritor diz que veremos. Ele não menciona o rosto de Jesus, apesar de que iremos vê-lo. Ele não se refere à voz de Jesus, apesar de que ela gritará. Ele menciona uma parte de Jesus que a maioria de nós não pensaria em ver. Ele diz que veremos o sangue de Jesus. O vermelho da cruz. O líquido da vida que verteu de Sua fronte, pingou de Suas mãos e escorreu de Seu lado.

O sangue humano do Cristo divino. Cobrindo nossos pecados.

Proclamando a mensagem: Fomos comprados. Não podemos ser vendidos. Nunca.

Que momento. Que monte.

Acredite em mim quando digo que valerá a pena. Nenhum preço é alto demais. Se você precisa pagar um preço, pague! Nenhum sacrifício é demais. Se você precisa deixar a bagagem na trilha, deixe! Nenhuma perda se compara. O que quer que seja necessário, faça.

Pelo amor dos céus, faça.

Valerá a pena. Prometo. Uma visão do topo justificará a aflição da trilha.

Aliás, nosso grupo finalmente chegou ao topo da montanha. Ficamos por volta de uma hora no pico, tirando fotos e admirando a paisagem. Mais tarde, na descida, ouvi a pequena Sara exclamando orgulhosamente, “Eu consegui!”

Eu ri. Você não conseguiu, eu pensei. Sua mãe e eu conseguimos. Os amigos e a família a levaram para cima da montanha. Você não conseguiu.

Mas eu não disse nada. Não disse nada porque estava recebendo o mesmo tratamento. Você também está. Podemos pensar que estamos escalando, mas estamos nos escondendo. Escondendo atrás do Pai que nos vê cair. Escondendo atrás do Pai que quer que cheguemos em casa. Um Pai que não fica zangado quando ficamos cansados.

Afinal de contas, ele sabe o que é escalar uma montanha.

Ele escalou uma por nós.

1Veja Apocalipse 21:5.

Guia de estudo

Pontos a considerar

“Todos nós às vezes precisamos de ajuda. Esta viagem fica íngreme. Tão íngreme que alguns de nós desistem.”

  1. Você já foi tentado a desistir?
  2. Que circunstâncias induzem esse desejo?

“O sangue humano do Cristo divino. Cobrindo nossos pecados. Proclamando a mensagem: Fomos comprados. Não podemos ser vendidos. Nunca.

  1. Como a declaração acima te faz sentir?
  2. Explique por quê.

“Acredite em mim quando digo que valerá a pena. Nenhum preço é alto demais. Se você precisa pagar um preço, pague! Nenhum sacrifício é demais. Se você precisa deixar a bagagem na trilha, deixe! Nenhuma perda se compara. O que quer que seja necessário, faça.”

  1. Que preço pode estar sendo pedido para você pagar em sua própria vida? Que sacrifícios você poderia fazer?
  2. Que “bagagem” você precisa “deixar na trilha”? que bagagens você pode ajudar os outros a deixar?

Sabedoria da Palavra

  • Leia Hebreus 12:22-24. Como nosso futuro é descrito nesta passagem? Que imagem você faz dela? Ela encoraja você? Se encoraja, como? Se não encoraja, por que não?
  • Leia 1 Coríntios 6:19-20. A quem você pertence, segundo esta passagem? Como isto aconteceu? Como devemos reagir?
  • Leia Romanos 8:35-39. Existe algum possível inimigo deixado fora desta lista? Quão certo é o nosso destino? Como este destino foi assegurado? Como isto te faz sentir? Por quê?

    Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
    Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com