Quando a morte torna-se nascimento

Você, como todos os filhos de Deus, dá um último suspiro antes do próprio funeral. O que, pela perspectiva de Deus, não é nada para se angustiar. Ele responde a estes graves acontecimentos com esta grande notícia: “O dia da morte é melhor do que o dia do nascimento” (Eclesiastes 7:1). Agora há uma virada. O céu se alegra com uma reação de maternidade a funerais. Os anjos veem os enterros dos corpos do mesmo jeito que os avós monitoram as portas das salas de parto. “Ele sairá a qualquer minuto!” Eles mal podem esperar para ver a pessoa que está chegando. Enquanto nós dirigimos carros funerários e vestimos preto, eles estão pendurando fitas rosas e azuis e distribuindo charutos. Nós não nos angustiamos quando bebês entram no mundo. As hostes celestiais não choram quando nós o deixamos.

Ah, mas muitos de nós choramos ao pensar na morte. Você chora? Você teme a sua morte?

O seu medo de morrer está roubando a sua alegria de viver? Jesus veio para “libertar aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte” (Hebreus 2:15).

Se as Escrituras ostentassem uma lista dos mortos famosos, Lázaro estaria perto do topo. Ele morava em Betânia, uma aldeia pacata que ficava a poucos passos de Jerusalém. Jesus passava muito tempo ali. Talvez ele gostasse da comida da Marta ou da devoção da Maria. Uma coisa é certa: ele considerava Lázaro um amigo. A notícia da morte de Lázaro leva Jesus a dizer, “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou até lá para acordá-lo” (João 11:11).

E agora, quatro dias após o funeral, Jesus chegou chamando. Literalmente chamando, “Lázaro, venha para fora!” Nós conseguimos imaginar Lázaro quando ele ouve essas palavras? Lázaro enviado pelo céu. Lázaro feliz no céu. Quatro dias em seus dias imensuráveis. A essa altura ele está fazendo amizade rapidamente com outros santos. O rei Davi mostra as harpas a ele. Moisés o convida para tomar chá com maná. Elias e Eliseu o levam para dar uma volta na carruagem de fogo. Daniel prometeu a ele um leão de uma história da Bíblia. Ele está a caminho para ouvi-lo quando uma voz explode pela cidade celestial.

“Lázaro, venha para fora!”

Todos conhecem essa voz. Ninguém se pergunta, Quem é esse? Os anjos param. Exércitos de habitantes da cidade santa viram-se para o rapaz de Betânia, e alguém diz, “Parece que você está voltando para outra viagem a serviço”.

Lázaro não questiona o chamado. O entendimento perfeito vem com um passaporte celestial. Ele não contesta. Mas se ele contestasse, quem o poderia culpar? Seu corpo celestial não sabe o que é febre. Em seu futuro não há medo. Ele habita em uma cidade livre de cadeados, prisões e Prozac. Sem a existência de pecado e de morte, pregadores, médicos e advogados estão livres para adorar. Alguém poderia culpar Lázaro por dizer, “Tenho que voltar?”

Mas ele não questiona a ordem. Nem qualquer outra pessoa. As viagens de volta têm sido frequentes nos últimos tempos. A filha do chefe da sinagoga. O menino de Naim. Agora Lázaro de Betânia. Lázaro vira-se para a porta de saída raramente utilizada. A mesma, suponho, que Jesus usou uns trinta anos antes. Com um aceno e um piscar de olhos, ele é reunido com seu corpo acordando sobre uma placa fria em uma sepultura talhada na parede. A pedra da entrada foi movida e Lázaro tenta fazer o mesmo. Embrulhado como uma múmia, ele se senta rigidamente e sai do túmulo com a graça do monstro Frankenstein.

As pessoas olham e se espantam.

Nós lemos e podemos perguntar, “Por que Jesus deixou que ele morresse apenas para chamá-lo de volta?”

Para mostrar quem comanda o show. Para pôr termo às cartas do cemitério. Para exibir a força anulável Daquele que dançou watusi no pescoço do diabo, que ficou de cara com a cara pegajosa da morte e declarou, “Você chama isso de beco sem saída? Eu chamo de escada rolante”.

“Lázaro, venha para fora!”

Essas palavras, incidentalmente, foram apenas um aquecimento para o grande dia. Ele está preparando uma evacuação de sepultura a nível mundial. “João, venha para fora!” “Maria, venha para fora!” “José, venha para fora!” “Jacó, venha para fora!”. Sepultura após sepultura se esvaziará. O que aconteceu com Lázaro acontecerá conosco. Só que a nossa reunião do espírito com o corpo acontecerá no céu, não no Cemitério Memorial de Betânia.

Quando isto acontecer – quando os nossos corpos terrestres perecíveis forem transformados em corpos celestiais que nunca morrerão – então finalmente as Escrituras se tornarão realidade:

“A morte foi destruída pela vitória.

Onde está, ó morte, a sua vitória?

Onde está, ó morte, o seu aguilhão?”

(1 Coríntios 15:54-55)

Com Cristo como seu amigo e o céu como seu lar, o dia da morte torna-se mais doce do que o dia do nascimento.

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com