Guerra dos Mundos

Invasão alienígena! Assunto clichê, hein? Quantos filmes, animações, histórias em quadrinhos e livros (de ficção) já foram escritos sobre isso? Muitos MESMO. Mas este “Guerra dos Mundos” não é só mais um filme de invasão alienígena. Ele (supostamente) bebe diretamente da fonte. É a adaptação da obra de H.G. Wells de mesmo nome, publicado em 1898, e imortalizado

por Orson Welles (o Cidadão Kane) em 1938 numa tenebrosa transmissão de rádio que apavorou milhões nos EUA (leia mais aqui).

Há muitas polêmicas em cima deste filme. Muitos odiaram e se indignaram. Basicamente isto se deve à mudança de protagonista, época e lugar. Assim como a radionovela de Welles, este filme se passa nos EUA, e não na Inglaterra como na obra original. Obviamente o cenário da obra original é “início do século 20” e neste filme, é século 21 mesmo. Isto muda muita coisa, realmente. Não existia bomba atômica nem todo o arsenal americano como existe hoje – o que poderia ter mudado o rumo desta “guerra”.

Eu, sinceramente, gostei. Não li o livro e não ligo muito para esta fidelidade exigida pelos fãs. Fui assistir como a um outro filme qualquer, e olhando assim é legal. Tem lá sua subtrama dramática que até cai bem, mas soa piegas, às vezes. Dá a sensação de “já não bastam os clichês alienígenas?”. Tem efeitos surpreendentes e cenas emocionantes. Vale a pena. É acima da média ou, se preferir, na média do Steven Spilberg, o diretor.

O Tom Cruise tá bacaninha como Ray Ferrier, e o jovem ator Justin Chatwin parece tanto com ele que engana bem como seu filho. Completa o trio de protagonistas a filha de Ray, Rachel, muito bem interpretada por Dakota Fanning, que se destaca principalmente no início do filme. Há rumores de que Tom Cruise mandou a pequena infante “abaixar a bola” na interpretação para não eclipsá-lo, mas eu não acredito muito nisso.

Tive o desprazer de já saber o final antes de assistir, mas tava valendo. A história já é conhecida há mais de um século e, de certa forma, o fim é uma fórmula já copiada e adaptada por Independence Day (1996) e Sinais (2002). Após assistir (ou saber o final), tire suas conclusões.

Por falar nisso, algumas curiosidades: Spilberg já tinha a intenção de realizar esta adaptação há muito tempo, mas por causa do próprio Independence Day o projeto foi adiado. Seria realizado só em 2007 mas tanto Spilberg quanto Cruise aproveitaram as brechas de suas agendas para produzirem às pressas este filme. Por causa disso gravaram as cenas de ação primeiro, para que fossem aplicados os efeitos especiais. Teoricamente a pressa se deve a uma produção independente chamada Guerra dos Mundos, lançada também em 2005 e fiel à obra original.

Mais um serviço: Se estiver com inglês afiado e quiser ler de grátis a obra centenária de Wells na internet, clique aqui!