Um bom pai está “lá” para seus filhos

“Quando chego em casa na volta do trabalho e vejo aqueles pequenos narizes apertados contra a vidraça, então sei que sou um sucesso.” Paul Faulkner –

Hoje é Dia dos Pais. Um dia de água de colônia. Um dia de abraços, gravatas novas, telefonemas de longa distância e cartões Hallmark.

Hoje é meu primeiro Dia dos Pais sem um pai. Por trinta e um anos eu tive um. Tive um dos melhores. Mas agora ele se foi. Ele está enterrado sob um carvalho em um cemitério no oeste do Texas. Mesmo que ele tenha ido, sua presença está muito próxima – especialmente hoje.

Parece estranho ele não estar aqui. Acho que é porque ele nunca estava ausente. Ele sempre estava por perto. Sempre disponível. Sempre presente. Suas palavras não eram nada novo. Suas realizações, embora admiráveis, não eram nada extraordinárias.

Mas sua presença era.

Como uma fogueira quente em uma casa grande, ela era uma fonte de conforto. Como um balanço firme do pórtico ou uma árvore com galho grande no quintal, ele sempre podia ser achado… e deitar nele.

Durante os turbulentos anos da minha adolescência, Papai foi uma parte da minha vida que era previsível. Namoradas vieram e namoradas foram, mas Papai estava lá.

Temporada de futebol americano transformava-se em temporada de baseball e transformava-se novamente em temporada de futebol e Papai sempre estava lá. Férias de verão, dias de ir para casa, álgebra, primeiro carro, entrada para carro, basquete – todos eles tinham uma coisa em comum: a presença dele.

E por ele estar lá, a vida passava suavemente. O carro sempre funcionava, as contas eram pagas, e o gramado estava cortado. Porque ele estava lá, a risada era nova e o futuro era seguro. Por ele estar lá, meu crescimento foi como Deus planejou que fosse um crescimento: uma corrida de livro de contos através da magia e mistério do mundo.

E por ele estar lá, nós crianças nunca nos preocupamos com coisas como imposto de renda, poupanças, contas mensais ou hipotecas. Essas eram coisas na mesa do Papai.

Temos muitas fotos de família sem ele. Não porque ele não estivesse lá, mas porque ele sempre estava atrás da câmera.

Ele tomava as decisões, dissolvia as brigas, ria assistindo Archie Bunker, lia o jornal todas as noites e preparava o café da manhã aos domingos. Ele não fazia nada fora do comum. Ele apenas fazia o que implica que os pais façam: estar lá.

Ele me ensinou como me barbear e como orar. Ele me ajudou a decorar versículos para a Escola Dominical e me ensinou que o errado devia ser punido e que o certo tem sua própria recompensa. Ele era exemplo da importância de acordar cedo e ficar sem dívidas. Sua vida expressou o equilíbrio indefinível entre ambição e auto-aceitação.

Ele me vem à mente freqüentemente. Quando cheiro pós-barba “Old Spice”, penso nele. Quando vejo um barco de pesca, vejo seu rosto. E ocasionalmente, não muito freqüentemente, mas ocasionalmente, quando ouço uma boa piada (tipo o Red Skelton contaria), eu o ouço dar risada. Ele tinha uma risada registrada que sempre vinha com um enorme sorriso e sobrancelhas arqueadas.

Papai nunca me disse nada sobre sexo nem me contou sua história de vida. Mas eu sabia que se alguma vez eu quisesse saber, ele me contaria. Tudo que eu precisaria fazer era perguntar. E eu sabia que se alguma vez eu precisasse dele, ele estaria lá.

Como uma lareira quente.

Talvez seja por isso que este Dia dos Pais está um pouco frio. O fogo foi embora. Os ventos da idade tragaram a última chama esplêndida, deixando apenas brasas douradas. Mas há algo estranho a respeito dessas brasas, movimente-as um pouco e uma chama dançará. Ela dançará só transitoriamente, mas dançará. E ela eliminará o frio suficiente do ar para me lembrar que ele ainda está, de um modo muito especial, muito presente.

Guia de estudo

  1. Parece estranho ele não estar aqui. Acho que é porque ele nunca estava ausente. Ele sempre estava por perto. Sempre disponível.
    • Que imagens vêm à mente quando você pensa no seu pai? Que palavras você usaria para descrevê-lo como um pai?
    • Que papéis dados por Deus os pais devem representar nas vidas de seus filhos?
    • O que estas passagens revelam: Deuteronômio 6:4-9; Salmos 78:1-8; Provérbios 3:11-12; Provérbios 13:24; Efésios 6:4; 1 Timóteo 3:1-5; 1 Timóteo 5:8?
    • Para cumprir essas finalidades, quais os três fatores que seriam mais críticos?
    • Que influências positivas o seu pai teve em sua vida? Se ele ainda estiver vivo, como você pode expressar seu agradecimento a ele por essas coisas? Se ele não estiver vivo, para quem você pode passar essas bênçãos?

  2. Ele ainda está, de um modo muito especial, muito presente.
    • Se você perdeu pai ou mãe ou algum outro membro próximo da família, de que maneira essa pessoa ainda está muito presente com você?
    • O que a sua família faz para manter viva a memória do amado? O que faz essas lembranças mais alegres do que tristes?
    • Por que você acha que Deus Se descreve como nosso pai? Que características paternas você vê nestas passagens: Isaías 64:8; Mateus 7:11; Mateus 10:29-31; 2 Tessalonicenses 2:1-17?
    • Como sua fé afeta sua aceitação da morte de uma pessoa amada?

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com