4 princípios para uma vida satisfeita (1)

Satisfeita. Que palavra! Quatro simples sílabas e ainda assim tão indefinível para nossos corações impacientes e cansados. Quem entre nós não ansiou por algo mesmo com uma fraca semelhança de realização em nosso mundo “o-que-você-tem-feito-por-mim-ultimamente”, exigente e frenético?

Satisfeita é uma palavra formidável – o único problema é encontrá-la. Ah, podemos abrir um dicionário e “encontrar” é bem fácil, bem ali, entre “satirizar” e “saturabilidade”… mas a artimanha é ir além do dicionário e encontrá-la nas páginas de nossas vidas.

A verdade é que uma vida satisfeita está bem dentro do alcance de alguém com fome o suficiente para devorar os quatro princípios deste estudo. Se você quer realização, se o seu coração implora por uma profunda satisfação, então tire alguns momentos sem pressa para ver os princípios que dão vida que se seguem. Seu coração o agradecerá por isso.

  • 1. Encontre alegria no que é usual
  • 2. Conte suas bênçãos
  • 3. Aceite o perdão
  • 4. Termine a corrida

    Encontre alegria no que é usual

    Jogamos todos os jogos que conhecíamos. Corremos para cima e para baixo da sala. Brincamos de “esconde-esconde” atrás do sofá. Batemos a bola de praia nas cabeças dos outros. Brigamos, tocamos refrões e dançamos. Era uma noite importante para Mamãe, Papai e a pequena Jenna. Nos divertimos tanto que ignoramos a hora de dormir e de desligar a TV. E se não fizesse um temporal, quem sabe até que horas teríamos brincado.

    Mas fez um temporal. A chuva tamborilava, depois diminuía, depois batia contra as janelas. Os ventos rugiam vindos do Atlântico e jorravam através das montanhas que estavam próximas com tanta força que acabou toda a energia. O vale adjacente atuou como funil, esguichando vento para a cidade.

    Todos nós entramos no quarto e deitamos na cama. Na escuridão ouvimos a orquestra divina. A eletricidade dançava no céu como uma batuta do regente chamando os graves tambores do trovão.

    Eu senti isso quando estávamos deitados na cama. Ele passou por mim misturado com a doce fragrância da chuva fresca. Minha esposa estava deitada silenciosamente ao meu lado. Jenna estava usando minha barriga como seu travesseiro. Ela, também, estava quieta. Nossa segunda filha, faltando apenas um mês para nascer, descansava dentro do útero de sua mãe. Eles devem ter sentido isso, mas ninguém falou. Ele entrou em nossa presença como se fosse apresentado pelo próprio Deus. E ninguém ousou se mexer com medo de que ele fosse embora prematuramente.

    O que era isso? Um instante eterno.

    Um instante no tempo que não tinha tempo. Um retrato que congelou no meio da moldura, exigindo ser saboreado. Um minuto que recusava extinguir-se depois de sessenta segundos. Um momento que decolou da linha do tempo e foi amplificado para sempre a fim de que todos os anjos pudessem testemunhar sua majestade.

    Um instante eterno.

    Um momento que o lembra dos tesouros que estão à sua volta. Seu lar. Sua paz de espírito. Sua saúde. Um momento que delicadamente o repreende por passar tempo demais com preocupações temporárias como poupanças, casas e pontualidade. Um momento que pode trazer uma neblina para os olhos mais viris e perspectiva para a vida mais escura.

    Instantes eternos têm colocado um ponto na história.

    Foi um instante eterno quando o Criador sorriu e disse, “Está bom”. Foi um instante eterno quando Abraão suplicou por misericórdia ao Deus de misericórdia, “Mas se houver apenas dez justos”. Foi um instante sem tempo quando Noé abriu a escotilha ensopada de chuva e respirou o ar limpo. E foi um momento na “plenitude do tempo” quando um carpinteiro, alguns pastores malcheirosos e uma mãe jovem e exausta ficaram em silencioso temor respeitoso à vista do bebê na manjedoura.

    Instantes eternos. Você os teve. Todos nós temos.

    Dividir um balanço na varanda em uma noite de verão com seu neto.

    Ver o rosto dela no brilho da vela.

    Colocar sua mão na mão de seu marido enquanto vocês dão uma volta no meio de folhas douradas e respiram o ar vigoroso do outono.

    Ouvir seu filho de seis anos agradecer a Deus por tudo desde o peixe dourado até a Vovó.

    Tais momentos são necessários porque eles nos lembram que tudo está bem. O Rei ainda está no trono e a vida ainda vale a pena ser vivida. Instantes eternos nos lembram que o amor ainda é a maior posse e o futuro não é algo temível.

    Da próxima vez que um instante na sua vida começar a ser eterno, deixe que seja. Coloque sua cabeça no travesseiro e a descanse. Resista o impulso de encurtá-lo. Não interrompa o silêncio ou destrua a solenidade. Você está, de uma maneira muito especial, em terra santa.

    Guia de estudo

    Um instante eterno. Um momento que o lembra dos tesouros que estão a sua volta. Seu lar. Sua paz de espírito. Sua saúde.

    1. Descreva um “instante eterno” que você teve de experiência. Quais eram as circunstâncias? Qual foi o impacto?
    2. De acordo com as seguintes passagens, quais são alguns dos tesouros que nós temos na Terra: Salmos 127:3-5; Salmos 128:1-6; Provérbios 31:10-12; Provérbios 19:14?
    3. Segundo estes exemplos, enquanto Jesus estava na Terra, o que Ele fez para ficar focado no que era importante: Mateus 14:22-23; Marcos 1:35; Lucas 5:15-16; Lucas 9:18?
    4. De que maneira nosso estilo de vida age contra “instantes eternos”? O que poderíamos fazer para criar mais oportunidades para estes momentos especiais? O que você poderia fazer esta semana com sua família – terrena ou espiritual – que o lembraria o que é uma família abençoada?

    Instantes eternos nos lembram que o amor ainda é a maior posse e o futuro não é algo temível.

    1. O que faz o futuro parecer temível? Você espera que os próximos dez anos sejam mais difíceis do que os últimos dez? Você olha em direção à virada do século com esperança ou angústia?
    2. Leia Salmos 103; 2 Timóteo 2:11-13 e Hebreus 10:19-25. Quem pode encarar o futuro com confiança?
    3. De acordo com estas passagens, por que podemos nos sentir seguros quanto ao futuro: Salmos 27:1-5; Salmos 121; Isaías 54:10?

    Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
    Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com