4 princípios para uma vida satisfeita (3)

  • 1. Encontre alegria no que é usual
  • 2. Conte suas bênçãos
  • 3. Aceite o perdão
  • 4. Termine a corrida

    Aceite o perdão

    Enquanto Jesus subia o monte do Calvário, Judas subia outro monte – o monte do remorso.

    Ele andou por ele sozinho. Seu caminho era cheio de vergonha e dor. Sua paisagem era tão árida como sua alma. Espinhos de remorso rasgavam seus tornozelos e peles. Os lábios que haviam beijado um Rei foram estalados com dor. E sobre seus ombros ele carregava um fardo que arcava suas costas – seu próprio fracasso.

    Por que Judas traiu seu Mestre realmente não é importante. Se foi motivado por raiva ou ganância, o resultado final foi o mesmo – remorso.

    Há poucos anos atrás visitei a Suprema Corte. Quando sentei na sala de visitas, observei o esplendor da cena. O chefe de justiça estava acompanhado por seus colegas. Vestido em honra, eles estavam no ápice da justiça. Eles representavam os esforços de incontáveis mentes através de milhares de décadas. Aqui estava o melhor esforço do homem para lidar com seus próprios fracassos.

    Que inútil seria, pensei comigo mesmo, se eu me aproximasse do banco e solicitasse perdão por meus erros. Perdão por responder para minha professora da quinta série. Perdão por ser desleal a meus amigos. Perdão por dizer “Não vou” domingo e “Vou” segunda. Perdão pelas incontáveis horas que eu passei perambulando nas sarjetas da sociedade.

    Seria inútil porque o juiz não poderia fazer nada. Talvez alguns dias na prisão para abrandar minha culpa, mas perdão? Não era dele para que desse. Talvez seja isso por que muitos de nós passamos tantas horas no monte do remorso. Não temos encontrado uma maneira de nos perdoarmos.

    Então nos arrastamos monte acima. Aborrecidos, com os corações feridos lutando com erros não resolvidos. Suspiros de ansiedade. Lágrimas de frustração. Palavras de reflexão. Gemidos de dúvida. Para alguns, a dor está na superfície. Para outros, a dor está submersa, enterrada no substrato raramente tocado das más lembranças. Pais, amantes, profissionais. Alguns tentando esquecer, outros tentando lembrar, todos tentando estar à altura. Andamos silenciosamente em fila única com pernas de ferro de culpa. Paulo foi o homem que colocou a questão que está em todos os nossos lábios, “Quem me livrará do corpo desta morte?”1

    No final do caminho há duas árvores.

    Uma está enrugada e sem folhas. Ela está morta mas ainda está robusta. Sua casca se foi, deixando madeira lisa branca alvejada pelos anos. Os gravetos e os brotos não germinam mais, apenas galhos descobertos bifurcam do tronco. No mais forte desses galhos está amarrada uma corda de forca. Foi ali que Judas lidou com seu fracasso.

    Se Judas apenas tivesse olhado para a árvore adjacente. Ela também está morta; sua madeira também está lisa. Mas não há nenhum laço amarrado ao seu galho. Sem mais morte nesta árvore. Uma vez foi o suficiente. Uma morte por todas.

    Aqueles de nós que também traímos Jesus sabemos fazer melhor do que ser muito duros com Judas por escolher a árvore que ele escolheu. Pensar que Jesus realmente tiraria o fardo dos nossos ombros e tiraria os grilhões de nossas pernas depois de tudo que fizemos para Ele não é fácil de acreditar. Na verdade, precisa exatamente de tanta fé para crer que Jesus pode esquecer minhas traições quanto para crer que Ele ressuscitou dentre os mortos. Ambos são somente miraculosos.

    Que par estas duas árvores! A apenas alguns centímetros da árvore do desespero fica a árvore da esperança. A vida tão paradoxalmente perto da morte. Deus com um braço ao alcance da escuridão. Uma corda de forca e o protetor da vida movendo-se na mesma sombra.

    Mas aqui eles estão.

    Um não pode fazer nada, apenas ser um pouco atordoado pela inconcebivilidade de tudo isso. Por que Jesus subiu no monte mais árido da vida e esperou por mim com as mãos estendidas perfuradas com pregos? Ela foi chamada de uma “graça santa e louca”2. Um tipo de graça que não se apóia na lógica. Mas então suponho que a graça não tem que ser lógica. Se tivesse que ser, não seria graça.

    1Romanos 7:24
    2Frederick Buechner, The Sacred Journey, p. 52, Harper and Row, 1982.

    Guia de estudo

    Enquanto Jesus subia o monte do Calvário, Judas subia outro monte – o monte do remorso.

    1. Como você vê o caráter de Judas? Como ele poderia passar todo aquele tempo com Jesus e depois traí-lo? Por que ele se arrependeu de sua decisão tão rapidamente?
    2. Leia os seguintes relatos de Judas em João 12:4-6; Mateus 26:14-16; João 13:2; Mateus 26:17-30 e João 13:18-30. Que idéias eles dão a respeito de Judas?
    3. De que maneira os traços de Judas são comuns a todos nós em um grau ou outro?

    Precisa exatamente de tanta fé para crer que Jesus pode esquecer minhas traições quanto para crer que Ele ressuscitou dentre os mortos. Ambos são somente miraculosos.

    1. Qual é exatamente a primeira coisa que vem à mente quando você pensa nos milagres de Jesus? Alguma coisa nas épocas Bíblicas ou alguma coisa no presente? Nós tendemos a ver algum acontecimento do dia presente como tendo a importância dos milagres de Jesus enquanto Ele esteve na Terra? Jesus é um participante ativo ou passivo na sua vida?
    2. Que garantias as passagens seguintes proporcionam sobre a prontidão de Deus de perdoar até aqueles que traíram Seu Filho: Atos 2:22-47; Tiago 4:7-10; 1 João 1:9? Que bênçãos acompanham o perdão de Deus?
    3. Como você aconselharia alguém lutando para se perdoar de seus pecados? Que versículos você indicaria para ele?

    Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
    Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com