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O Oscar 2007 mostrou que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas norte-americana teve apenas um objetivo em sua 79ª edição: reparar uma injustiça do passado. Martin Scorsese foi consagrado, ao passo que outros favoritos acabaram praticamente ignorados pelos membros da Academia.
“Os Infiltrados” deu a Scorsese a primeira estatueta de sua carreira e levou ainda as de melhor filme, roteiro adaptado e edição. Desde 1981, o cineasta foi sete vezes indicado e rejeitado — cinco delas como diretor, por “Touro Indomável”, “A Última Tentação de Cristo”, “Os Bons Companheiros”, “Gangues de Nova York” e “O Aviador“.
Ao subir ao palco para os agradecimentos, o cineasta brincou: “Confiram esse envelope”, disse, fingindo não acreditar que finalmente havia ganhado um Oscar. A disputa parecia apertada, com a ameaça de Clint Eastwood e seu “Cartas de Iwo Jima”, além do mexicano Alejandro González Iñárritu (“Babel“), o inglês Stephen Frear (“A Rainha”) e outro norte-americano, Paul Greengrass (“Vôo 93”).
Mas a noite foi só dele, que conseguiu a façanha de reunir quatro estatuetas (de cinco indicações) em uma premiação marcada não somente pela “pulverização” dos prêmios, como pelo desdém da Academia em relação aos favoritos.
“Babel” acumulava sete indicações — o maior número depois de “Dreamgirls – Em Busca de um Sonho”, com oito (inflacionado pelas três músicas concorrentes em melhor canção). O longa do mexicano Alejandro Gonzáles Iñárritu, para não sair de mãos vazias, levou apenas o troféu de melhor trilha sonora (de Gustavo Santaolalla, premiado no ano passado por “O Segredo de Brokeback Mountain”). O musical campeão de indicações ficou com dois prêmios (atriz coadjuvante para Jennifer Hudson e mixagem de som).
Melhor saiu-se a fábula “O Labirinto do Fauno”, do mexicano Gillermo del Toro. Foram três estatuetas (fotografia, direção de arte e maquiagem), metade do número de indicações (perdeu em filme estrangeiro para o alemão “A Vida dos Outros”). A mesma sorte não teve o compatriota “Filhos da Esperança”, de Alfonso Cuarón, que concorria em três categorias.
Veja a seguir a lista completa dos vencedores:
Direção de arte
O Labirinto do Fauno
Maquiagem
O Labirinto do Fauno
Curta de animação
The Danish Poet
Curta-metragem
West Bank Story
Edição de som
Cartas de Iwo Jima
Mixagem de som
Dreamgirls – Em Busca de Um Sonho
Ator coadjuvante
Alan Arkin por Pequena Miss Sunshine
Longa de animação
Happy Feet: O Pingüim
Roteiro adaptado
Os Infiltrados
Figurino
Maria Antonieta
Fotografia
O Labirinto do Fauno
Efeitos visuais
Piratas do Caribe: O Baú da Morte
Filme estrangeiro
A Vida dos Outros (Alemanha)
Atriz coadjuvante
Jennifer Hudson por Dreamgirls – Em Busca de Um Sonho
Documentário de curta-metragem
The Blood of Yingzhou District
Documentário de longa-metragem
Uma Verdade Inconveniente
Trilha sonora
Babel
Roteiro original
Pequena Miss Sunshine
Canção
Melissa Etheridge por Uma Verdade Inconveniente
Montagem
Os Infiltrados
Atriz
Helen Mirren por A Rainha
Ator
Forest Whitaker por O Último Rei da Escócia
Diretor
Martin Scorsese por Os Infiltrados
Filme
Os Infiltrados, de Martin Scorsese
Framboesa de Ouro
Pobre da atriz Sharon Stone: ela não pode retornar à cena do crime sem ser apanhada.
Stone e seu fracassado filme “Instinto Selvagem 2” varreram a 27a edição do prêmio Framboesa de Ouro na noite de sábado, colecionando uma série de distinções duuvidosas em quatro categorias: pior filme, pior atriz, pior roteiro e pior sequência.
A sequência de “Instinto Selvagem”, de 1992, foi adiada durante anos por problemas judiciais e de produção. A tal ponto que Stone processou os produtores em 100 milhões de dólares alegando que isso a impossibilitou de conseguir outros trabalhos. Mas o filme acabou sendo feito e exposto a um criticismo quase unânime.
“O Pequenino”, comédia feita pelos irmãos Wayans, levou três troféus, incluindo pior refilmagem. Os irmãos Shawn e Marlon Wayans ainda dividiram o prêmio de pior ator.
M. Night Shyamalan recebeu dois troféus por “A Dama da Água“: pior diretor e e pior ator coadjuvante, por sua própria performance no filme.
O prêmio de pior atriz coadjuvante ficou com Carmen Electra por sua atuação em dois filmes: “Uma comédia nada romântica” e “Todo Mundo em Pânico 4”
“Férias no Trailer”, comédia estrelada por Robin Williams, foi a vencedora da mais nova categoria da premiação: pior desculpa para um entretenimento em família.
O prêmio foi criado em 1980 pelo cinéfilo Wilson. Os vencedores são escolhidos por votos de 757 membros da Fundação Framboesa Dourada.
Os vencedores recebem um troféu dourado em forma de uma framboesa colocada acima de um rolo de filme super 8. O valor estimado do troféu é de 4,97 dólares.