Lágrimas desceram enxurrada abaixo na cidade maravilhosa!
E dessa vez, não foi do rosto de mães de viciados ou traficantes,
É que chovera no Rio, como nunca acontecera antes!
Ninguém pegou praia, nem se viu em Ipanema os saradões, as gostosas…
O funk se calou nos morros e o carnaval não saiu na avenida.
A casa caiu, o barco afundou, as bocas tiveram um dia ruim!
A lama do fundo do poço, o lixo dos esgotos, a sujeira foi remexida…
O morro dos prazeres conheceu o pranto e a esperança de dias melhores, teve fim.
No dia em que a água subiu; o Flamengo jogou e ninguém viu, ganhou e ninguém riu!
O trovão abafou o som da bazuca e do rojão, do pandeiro, da cuíca…
Todo o Rio ouviu a voz de Deus! Leblon, Canta Galo, Realengo, Tijuca, Benfica…
A chuva abalou Bangu! De Copacabana ao Vidigal, a chuva lavou a maquiagem do Rio!
Tudo o que o carnaval, o futebol, o baile funk, a Globo, sempre esconderam, veio à tona!
O clarão dos relâmpagos ofuscou, o neon dos motéis, das casas noturnas…
Perdeu mermão! Perdeu mãe! Perdeu pai! Perdeu filho! Perdeu tudo! Tá a maior zona!
Choram-se os parentes e os políticos pensam sobre quem pagará o preço das urnas.
Mas, apesar dos pesares, o Rio de Janeiro continua lindo! Aos pés do Cristo Redentor.
Deus há de secar as poças dos olhos dos pais aos filhos, devolver-lhes a glória, o brilho…
Quando Cristo, o redentor, tomar o morro e o asfalto e for de todas as bocas dono e Senhor.
A viúva enlutada encontrará o seu marido e o pai desolado sorrirá ao contemplar o Filho.
Para ruminar vida afora:
“E não ei de eu ter compaixão da grande cidade…” Jonas 4:11