A Onda

“A Onda” (ou “Bølgen”, em Norueguês) é o primeiro filme-desastre feito na Noruega e que é “baseado em fatos futuros”. Vou explicar: a vila de Tajford (não confundir com Targifor) fica em um vale na Noruega que possui uma falha geográfica em suas montanhas (não sei se cientificamente o termo é esse) e que, por duas vezes em sua história, já sofreu um deslizamento de rochas que, ao caírem na água, geraram um tsunami nos anos de 1905 e 1934, o último gerando uma onda de 16 metros que destruiu a vila. Porém, é consenso por lá que é apenas uma questão de tempo para que isso aconteça novamente. A pergunta não é “se”, e sim “quando”. Por isso ele é “baseado em fatos futuros”. Mesmo sendo um filme-desastre, foi sucesso de bilheteria por lá, e não é um filme sobre destruição gratuita como estamos acostumados com boa parte dos filmes hollywoodianos do gênero, mas um filme interessante, tanto que foi a escolha norueguesa para tentar concorrer a vaga de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar de 2016 (mas não entrou nos 5 melhores da Academia).

O filme acompanha Kristian, um geólogo que mora na vila de Geiranger com sua família, em seu último dia de trabalho na estação que monitora as montanhas de lá, pois conseguiu um trabalho envolvendo petróleo em outra cidade. Em seus últimos momentos na estação, alguns dados sobre a montanha aparecem no monitoramento, mas são tratados como algo “comum” pelo resto da equipe. Com isso, Kristian se encaminha para continuar sua mudança (tem que ir de carro, pegar uma barca para outra cidade, etc), mas antes de embarcar, resolve voltar para a estação de monitoramento com uma sensação ruim relacionada aos dados. E a partir daí, tudo começa a piorar, até o momento que a falha finalmente cede. A partir desse ponto, toda a população tem apenas 10 minutos para chegar até o ponto mais alto da cidade, já que a onda atingiria aproximadamente 80 metros de altura. Se o filme me convenceu de algo, foi a da importância de um relógio com altímetro.

Se você cresceu nos anos 90 ou já viu os filmes-desastre daquela época, é bem possível que você goste desse filme. Os efeitos são razoáveis, e o desenrolar da história lembra um pouco o filme “O Inferno de Dante”, com Pierce Brosnan (com a diferença de que naquele filme era um vulcão entrando em erupção). O filme não é muito profundo, mas prende a atenção, principalmente depois que o inevitável acontece. Curiosamente, o sucesso do filme já garantiu uma espécie de sequência, que será um filme sobre um terremoto em Oslo, onde a premissa de acontecimento futuro também se encaixa para os noruegueses, já que Oslo sofreu um terremoto de magnitude 5.4 na Escala Richter em 1904. Se você está em dúvida sobre o que assistir na Netflix, A Onda é uma boa opção.