Adoração nas batidas do tempo

Uma reflexão inspirada na série DARK

O que faz do homem um ser insaciável por conquistar o tempo? O que torna a humanidade desejosa de sua busca temporal?

Para nós que estamos sendo embalados pela narrativa temporal de DARK, da Netflix, o mistério do tempo tem uma resposta de esperança.

Eu e você. Nosso desejo. Somos seres movidos pelo nosso coração em falta. Falta de algo, falta do Espírito. Sacos vazios, voando pelo ar, enquanto esperam o sopro de vida do Eterno.

Nossa fome grita pela eternidade. Esse anseio vive em nós movimenta nossa adoração, na forma dos hábitos, rotina, sentimentos, conhecimento. Tu e eu. Perdidos no desejar, clamando pelo tempo que não é nosso. Olhando aos céus enquanto o relógio corre além do nosso controle.

Há resolução para essa crise da adoração neste tempo? O passado nos diz que somos culpados. O presente nos afunda na prova viva de nossa condição. O futuro é sem esperança.

Um Adão. Pecado. Degradação. Com as batidas do tempo, morremos a cada segundo. Adão e Eva no Jardim escondendo-se de Deus enquanto acreditam que podem vencer o tempo. Essa história se repete. Ciclos de injustiça e desesperança.

Um casal no Jardim, um povo na Terra Prometida, um Reino Dividido. Quedas infindas povoando o tempo que insiste em se repetir. Eu e você, no meio a queda. Repetindo uma história nessa encenação dramática da realidade.

Um segundo Adão. Prometido e anunciado. Prefaciado por Abel, Abraão, Isaque, José, Moisés, Josué, Davi. Vivido nas histórias do povo do deserto. Enfatizado na Lei, ouvido nos apelos dos profetas. Encarnado, finalmente como prometido, na plenitude do tempo, para continuar a dar o ritmo das batidas de adoração.

Jesus Cristo, verdadeiro Adão. Chama Sua Igreja, Seu Povo. A Igreja e o verdadeiro Adão. Nas batidas do tempo, da eternidade que ocupou a temporalidade.

Ao ler o profeta Isaías, no capítulo 12, temos um exemplo das muitas batidas rítmicas de adoração que ecoam ao longo da história. Uma narrativa que se repete, na antiguidade, na encarnação, nos primeiros séculos e até hoje. Teatros da glória de Deus, encenações da mesma Grande História. O fim é o começo. O começo é o fim.

O Deus abriu a sua boca e chamou à existência o que não existe. Verbo se tornou carne. Trevas se apagaram, vencidas pela Luz. Caos foi transformado em ordem. Morte obliterada pela Vida.

O Filho é a plenitude dessa realidade. Senhor do Tempo, Eterno Rei. Ocupa o trono do além-tempo. As histórias não precisam se repetir infinitamente em desesperança. Agora elas encontram um fim nas bondosas e justas batidas do coração do Mestre.

Eu e você nos encontramos aqui. Nas batidas do tempo que nos ensinam a louvar, glorificar e expressar o amor de Deus no viver diário. Ritmos da Graça que nos fazem aprender mais sobre o Eterno. Ao doce som de sua voz, adoramos. Existimos diante de Sua Glória, para Seu louvor.
Grande é o Santo de Israel no meio de vocês.

Tic.Tac.Tic.Tac.
Que o Espírito sempre guie o nosso andar.