Anime: One Punch Man

Esse ano vim morar em Portugal para fazer intercâmbio, e passei a morar com uma galera de vários países, a maioria estudando na área de computação. Além do inglês e das linguagens de programação, existe um idioma que parece ser comum entre as diferentes nacionalidades presentes aqui: a dos animes.

Sim, a maioria da galera gostava desse gênero de animação e vivia me enchendo o saco pra assistir. Além disso, vários amigos meus do Brasil diziam que valeria a pena assistir e retomar o hábito de ver este gênero, que larguei há muitos anos. Convencido pelo voto da maioria, resolvi dar uma chance e assistir One Punch Man, anime curto e com uma boa reputação no mercado.

Os primeiros episódios foram um pouco sofridos para mim, confesso. Não pela qualidade do anime ou dinâmica, que são muito boas. Foi mais pela “nova experiência” de assistir a algo que não via há muitos anos. Acho que meu último anime/desenho foi Dragon Ball Z, então dá pra ter ideia de como foi a experiência.

O enredo de One Punch Man conta com um super-herói preguiçoso que sempre vence suas lutas com apenas um soco, caso queira. Essa é a premissa geral da obra. Aí você para e pensa: por que vou querer assistir algo se já sei o resultado final de todas as batalhas? Aí está o segredo deste desenho. Em primeiro lugar, ter esse super-poder não é algo consciente para o protagonista. A série, então, mostra esta jornada de descobrimento, como os poderes foram desenvolvidos (apesar de não contar tudo) e como ele lida com isso. É engraçado porque, apesar de ser poderoso, ele não aceita aquilo como habitualmente faríamos.

Este é o segundo ponto que chamou minha atenção. A forma como ele lida com este poder é interessante porque é imatura e egoísta boa parte das vezes. É aquele tipo de reação que temos às vezes quando descobrimos que somos muito bons em algo. O que fazemos quando sabemos o que fazemos de melhor? É muito fácil ficar em nosso lugar de conforto, consumir a “fama” em torno de nós e utilizar isso como uma moeda de troca. Nessas horas devemos nos lembrar do Evangelho, que nos instiga a pensar no lugar do outro, seja “viúva, pobre ou órfão”. O que temos feito com nossos super-poderes?