Mãe!

O início e o fim na visão de Darren Aronofsky

CUIDADO: ESSE TEXTO CONTÉM (ALGUNS) SPOILERS

Se você não viu nada sobre “Mother!”, o novo filme de Darren Aronofsky, diretor de “Cisne Negro”, “Noé” e “Requiem para um Sonho”, meu conselho é que continue assim. Não me recordo de ter ido ao cinema sem a mínima idéia da história do filme, como fiz com “Mother!”. As únicas informações que eu tinha era de que era estrelado por Javier Bardem e Jennifer Lawrence, era dirigido por Aronofsky e o filme girava em torno de um tema: Criação. Não sabia se era suspense ou terror, e nem trailer eu tinha assistido. E acho que foi até melhor assim.

“Mother!”, o sétimo filme de Aronofsky, é uma releitura do início e do fim dos tempos em dias atuais. Porém, isso só vai se revelando no decorrer da história. No começo, o filme apresenta um casal vivendo em uma casa isolada no campo; um poeta com bloqueio criativo vivendo com sua fiel esposa até que sua rotina é interrompida pela chegada de um estranho visitante. A partir daí, as alegorias e a passagem do tempo vem de forma mais surrealista, como a criação do mundo, o homem sendo banido do paraíso, mudanças climáticas, guerras, violência e a vingança final da mãe natureza.

Darren Aronofsky não é um diretor de blockbusters. E isso não é um defeito, muito pelo contrário. É um dos poucos diretores com uma visão poética e artística que busca mostrar o seu olhar para a história. Possivelmente, é o que consegue andar mais na linha tênue entre o surrealismo e o compreensível com a audiência geral, por se utilizar de grandes nomes conhecidos do público.

“Mother!” é um filme que irá dividir a opinião do público (como já tem dividido). Muitos irão odiar, muitos irão gostar.