Imagine a cena perto da cruz. Soldados amontoados em círculo, jogando dados – sorteando as posses de Cristo. Soldados comuns testemunhando o evento mais incomum do mundo. Apenas outro criminoso. A cruz é esquecida.

Isso me faz pensar em nós. Os religiosos. Aqueles que reivindicam herança na cruz. Todos nós. Os rigorosos. Os frouxos. Os simples. Os cheios do Espírito. Evangélicos. Todos nós. Não somos tão diferentes destes soldados. Nós também jogamos ao pé da cruz. Competimos por membros. Lutamos por status. Competição. Egoísmo. Ganho pessoal. Está tudo aí. Damos importância ao trivial, nós nos dividimos em pequenos grupos. Outro nome. Outra doutrina. Tão perto da cruz, mas tão longe de Cristo.

“Que todos sejam um”, Jesus orou. Um. Não um em grupos de dois mil. Uma igreja. Uma fé. Um Senhor. Sem hierarquias. Sem tradições. Apenas Cristo.

O que um raio-X – uma ressonância magnética – da sua alma revelaria? Arrependimentos de relacionamentos adolescentes? Remorso por causa de uma escolha ruim? Interessado em uma extração? Confesse. Solicite uma ressonância magnética espiritual. “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmos 139:23-24).

Muitas vozes o advertem a olhar profundamente para dentro e encontrar uma força invisível ou um poder oculto, mas esse é um exercício perigoso. Autoavaliação sem a direção de Deus apenas leva à negação ou vergonha, justificativa ou humilhação. Não precisamos disso. Precisamos de uma oração de confissão baseada na graça: Deus, eu fiz o que o senhor diz que é errado. O senhor limparia minha culpa e me tornaria limpo novamente? Sem necessidade de cântico ou de vela. Somente uma oração de confissão – tente.

Confissão. É uma palavra que evoca muitas imagens – algumas não tão positivas! Confissão não é contar para Deus o que ele não sabe. Isso é impossível. Não é apontar o dedo para os outros sem apontar para mim. Talvez isso faça com que eu me sinta bem, mas não promove cura.

Confissão é uma dependência radical na graça – uma confiança na bondade de Deus. A verdade é, quem confessa encontra uma liberdade que quem nega não encontra. A Escritura diz, “Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:8-9).

Conte a Deus o que você fez. De novo, não é que ele ainda não saiba, mas vocês dois precisam concordar. Então permita que a água pura da graça flua sobre seus erros!

Paulo escreveu, “Foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’”(2 Coríntios 12:7-9).

O câncer no corpo. A tristeza no coração. O filho no centro de reabilitação. O desejo por uísque no meio do dia. As lágrimas no meio da noite. O espinho na carne. “Tira-o de mim!”, você rogou. Não uma, duas ou até mesmo três vezes. Voce orou mais que o apóstolo Paulo e você está prestes a bater na parede. Mas o que você ouve Jesus dizer é isto: “Minha graça é suficiente para você”.

Graça sustentadora. Graça que nos encontra no nosso ponto de necessidade e nos equipa com coragem, sabedoria e força. Graça sustentadora. Ela não promete a ausência de luta, mas promete a presença de Deus.

A Escritura frequentemente descreve nosso comportamento como as roupas que vestimos. 1 Pedro 5:5 nos adverte “vistam-se de humildade”. Em Salmos 109:18, Davi fala dos ímpios que se vestem “de maldição”. As roupas podem simbolizar o caráter, e como sua roupa, o caráter de Jesus era perfeição ininterrupta.

Mas quando Cristo foi pregado na cruz, ele tirou seu manto de perfeição sem emenda e adotou uma roupa diferente: a roupa da indignidade. Despido diante da sua própria mãe. Envergonhado diante da sua família. A indignidade do fracasso. Por algumas horas cheias de dor, os líderes religiosos foram vitoriosos, e Cristo pareceu o perdedor. Pior de tudo, ele vestiu a indignidade do pecado. A Escritura diz, “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pedro 2:24). A vestimenta de Cristo na cruz? Pecado – seu e meu.

Graça é simplesmente outra palavra para o reservatório de força e proteção de Deus. Não ocasionalmente ou miseravelmente, mas constantemente e agressivamente, onda após onda. Nós mal recuperamos o nosso equilíbrio de uma onda de graça, e então – bam – lá vem outra!

Nós ousamos estacar nossa esperança na notícia mais alegre de todas: se Deus permite o desafio, ele proverá a graça para satisfazê-lo. Nós nunca esgotamos a sua provisão. Deus tem graça suficiente para resolver todos os dilemas que você enfrenta, secar todas as lágrimas que você chora e responder todas as perguntas que você faz.

“Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?” (Romanos 8:32). Tendo dado o presente supremo e mais caro, como ele pode deixar de derramar sobre nós tudo o que ele tem para dar?

Nós gritamos muito no pátio da nossa escola primária. Todos os meninos marchavam em volta do pátio gritando, “Meninos são melhores do que meninas!” Como resposta, as meninas desfilavam pela escola anunciando, “Meninas são melhores do que meninos”. Nós éramos um campus feliz.

Gritar faz bem. Mas faz algum bem? Para mim parece que existe muita gritaria acontecendo. Nas ondas de rádio, em adesivos de para-choque, nas redes sociais.

“Acima de tudo, amem uns aos outros sinceramente, pois o amor cobre muitos pecados” (1 Pedro 4:8). Uma coisa é ter uma opinião; outra é ter uma briga. Raciocinemos juntos. Trabalhemos juntos. E se a discussão falhar, deixe o amor ter sucesso. Se o amor cobre muitos pecados, ele não pode cobrir muitas opiniões? Resista ao impulso de gritar.

Algo está errado – nós nos sentimos desconectados. O que esperamos trazer vida traz apenas quantidades limitadas. Nós nos conectamos a uma carreira e encontramos sentido na família, mas desejamos algo a mais. Primeiro emprego. Depois promoção. Dia do casamento. Berçário. Filhos. Netos. Voltas e voltas – existe algo a mais?

Jesus se apresenta com um convite de reconexão. Embora estejamos mortos em nossas transgressões e pecados e separados da vida de Deus, todo aquele que crer que Jesus é o Cristo é nascido de Deus. Nascido de novo! Ele sopra vida em vidas mortas. Ele oferece vida. Outros oferecem vida, mas ninguém se oferece para fazer o que Jesus faz – reconectar-nos à vida! Pedro diz, “Pelo fato de Jesus ter ressuscitado dos mortos, recebemos uma vida nova e temos tudo na vida, até mesmo um futuro no céu, que começa agora” (1 Pedro 1:3-4 A Mensagem).

Encontre uma congregação que acredita na confissão. Evite uma comunidade de pessoas perfeitas – você não se encaixará de qualquer maneira. Apenas procure uma onde os membros confessam seus pecados e mostram humildade, onde o preço da admissão seja simplesmente uma admissão de culpa. A cura acontece em uma igreja como esta.

Seguidores de Cristo receberam autoridade para ouvir confissão e proclamar graça. Jesus disse, “Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados” (João 20:23). A Bíblia também diz, “Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade” (1 João 1:8-9). Não é que ele pode, poderia ou tem sido conhecido por nos limpar. Ele nos limpará! Ah, a doce certeza de suas palavras.

Alguém já o defendeu? A resposta é sim. Jesus está neste exato momento oferecendo intercessão em seu favor. “Dê à Mary força para enfrentar esta entrevista!” “Dê ao Tom sabedoria para ser um bom pai!”

“Onde Jesus está?” os acamados, debilitados, empobrecidos, estressados e isolados perguntam. Onde ele está? Ele está na presença de Deus, orando por nós. Jesus orou por Pedro, defendeu Estevão e promete orar por você e defendê-lo. “Portanto, ele é capaz de salvar de uma vez por todas aqueles que se aproximam de Deus por meio dele. Ele vive sempre para interceder em favor deles” (Hebreus 7:25). Jesus é o sumo sacerdote sem pecado e perfeito. E quando ele fala, todo o céu ouve.