“Socorro e livramento surgirão para os judeus” (Ester 4:14). Mardoqueu disse essas palavras. Apesar de um holocausto ter sido declarado, Mardoqueu mudou de lamento desesperado para emissão desta ousada declaração. O que aconteceu? Bem, Mardoqueu percebeu que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó estava vivo, bem e imbatível na batalha. Deus não se esqueceu do seu papel como guardião da aliança. O coração de Deus ainda estava ligado ao seu povo – um remanescente vivendo no exílio na Pérsia. Os judeus não tinham rei, templo, sacerdócio nem sacrifícios. Sem problema. Deus é para os problemas o que um furacão é para um mosquito – sem adversário à altura. Mardoqueu entendeu isto. Você entende?

Sim, a jornada adiante inclui águas profundas. Mas a Escritura promete, “Quando você atravessar as águas, eu estarei com você…” (Isaías 43:2).

Defenda Deus e ele estará com você. O rei Nabucodonosor da Babilônia fez uma imagem de ouro e ordenou que todos se curvassem diante dela. Qualquer um que se recusasse seria atirado em uma fornalha em chamas. Três judeus se recusaram – Sadraque, Mesaque e Abede-Nego – e eles não hesitaram.

Não só não foram tocados pelas chamas, havia também um quarto homem, que tinha uma aparência divina. Sim, Jesus estava com aqueles que o defenderam. “Disse então Nabucodonosor: ‘Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, …!’” (Daniel 3:27-28). Sim, os ataques do diabo saíram pela culatra. Saíram pela culatra nessa época, e ainda saem pela culatra.

Você acha que as chances estão contra você? Que até mesmo Deus está contra você?

Se sim, considere a situação de Hamã e o resultado de Mardoqueu no livro de Ester. Deus deu uma reviravolta em suas histórias. Hamã começou o dia importante e no comando. Mardoqueu começou o dia orando à sobra de uma forca que exibia seu nome. Mas de uma hora para outra, Hamã foi humilhado e Mardoqueu recebeu as chaves da cidade.

Da próxima vez que você ouvir alguém dizer “O diabo está nos detalhes”, corrija-os. Deus está nos detalhes. Ele trabalha nos pequenos momentos. O insignificante se torna significante porque ele está sempre orquestrando os detalhes do dia a dia de inúmeras vidas através de milênios para fazer o que ele predeterminou fazer.

O rei persa e o homem que era seu braço direito, Hamã, tinham tanto desprezo pela vida humana que podiam proclamar um banho de sangue e depois desfrutar coquetéis. Conforme registrado no livro de Ester, Hamã despachou mensageiros a todas as províncias com uma ordem e uma oferta. A ordem? Matar todos os judeus. A oferta? Saquear seus bens. Ainda faltavam onze meses para a data ditada pelo lançamento da sorte. Mas Provérbios 16:33 diz, “As pessoas podem lançar as sortes, mas quem determina o resultado é o Senhor”.

O acaso não determinou a data, Deus o fez. E apesar deste livro de Ester não mencionar seu nome, revela sua vontade. Foi Deus quem adiou a data para onze meses, dando tempo para seu plano se revelar. E foi Deus quem levou Mardoqueu e Ester a defender o que é certo. E Deus fará o mesmo com você, meu amigo.

O livro de Ester relata a história de um rei persa, Xerxes, que tinha trinta e cinco anos e era rico além da imaginação. Ele organizou uma extravagância de seis meses de boa comida, quem é o mais importante, vinho pinot noir e excesso. Um pouco embriagado, Xerxes decidiu exibir sua esposa, a rainha Vasti. Aparentemente ele esperava que ela dançasse diante de seus amigos. Mas cara, ele teve uma surpresa! Ela se recusou a obedecer. A exibição de importância de Xerxes se tornou sua exibição de ignorância.

E se todo brilho e glamour forem apenas loucura e fraqueza? E se a atração das luzes for apenas uma farsa? Amigo, não brinque com isso. Não caia nessa. Não morda a isca. Não fique à vontade na Pérsia. Fique fiel ao seu chamado como povo da aliança.

Romanos 12:2 exorta, “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”. Podemos nos conformar ou podemos ser transformados. Na história de Ester, ela e Mardoqueu escolheram primeiro se conformar e encobrir sua identidade. Mais tarde, assumiram uma posição corajosa.

Sabe, os personagens bíblicos são complexos. Não são figuras de feltro unidimensionais que facilmente se encaixam em uma caixa de estudos da escola dominical. Moisés era assassino antes de ser libertador. José era inexperiente antes de ser príncipe. Sim, o apóstolo Pedro proclamou Cristo no dia de Pentecostes. Mas também negou Cristo na véspera da crucificação. As pessoas na Bíblia eram exatamente isso: pessoas reais. E, como você e eu, tiveram seus bons momentos, e, bem, eram conhecidas por esconder sua fé.

Escolha ser transformado.

Resistência importa. Bem depois de atos de condescendência serem esquecidos, atos de coragem são ponderados. Na história de Ester, Mardoqueu se recusou a se curvar diante do malvado Hamã. E sua recusa a se curvar foi o primeiro elo em uma cadeia de atos corajosos que levaram à salvação do seu povo. Sua determinação pode ser o gesto decisivo que quebra a fortaleza.

Então decida agora o que você fará depois. Não espere até o calor do momento. Uma crise não é hora para preparar um plano de fuga. Nos braços do seu amante em um quarto de motel não é hora nem lugar para decidir sobre moralidade. Há um motivo pelo qual um comissário de bordo indica as saídas de emergência antes do avião sair do chão. Não pensamos com clareza durante uma queda livre. A hora para decidir a resistir a tentação é antes que ela ataque. Que você tome posição pelo que é certo.

Deus fez esta promessa a Abraão: “Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados” (Gênesis 12:3 NVI). Quando Deus chamou Abraão para sair de Ur, ele fez uma aliança – uma promessa – que Abraão seria o pai de uma nação santa.

Exatamente como Deus abençoaria o mundo por meio de Israel? Primeiro, eles seriam exemplo de um modo de viver que refletiria a glória e a bondade de Deus. E segundo, eles forneceriam uma linhagem por meio da qual Jesus Cristo, a maior bênção global, nasceria. Eles foram os curadores e cuidadores da aliança de Deus com Abraão. Por esta razão, eles deveriam permanecer separados. Diferentes. Santos. À parte. E nós também. A atribuição dada aos judeus foi repassada para nós. 

Quando Mardoqueu soube que o rei persa havia emitido um decreto para matar os judeus, ele insistiu com Ester para ela falar com o rei. Ester lembrou Mardoqueu que se ela fosse à sala do trono sem ser convidada, o rei poderia matá-la. Mardoqueu respondeu com o parágrafo mais extraordinário de chamado à coragem já pronunciado por uma língua humana.

Ele disse “Não pense que pelo fato de estar no palácio do rei, você será a única entre os judeus que escapará, pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família do seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” (Ester 4:13-14).

Mardoqueu sabia disto: virá socorro. O que ele disse para Ester, Deus diz para você: você foi feito para este momento.

Na história de Ester, os judeus estavam há três gerações e mais de mil quilômetros distantes de seus dias em Jerusalém. Os judeus que permaneceram na Pérsia escolheram permanecer na Pérsia. O exílio foi bondoso com eles. Tudo o que precisavam fazer era respeitar as regras e desaparecer na organização da cultura.

O livro de Ester retrata um povo que está distante de sua terra. Jerusalém estava longe e a Pérsia era, bem, tão importante, tão exuberante, tão convidativa. O ponto do primeiro capítulo de Ester é simplesmente este: a Pérsia está mentindo para você. 

Nós precisamos do mesmo lembrete? Deus mostra sua glória, Deus mostra sua bondade por meio da igreja. Quando adoramos a Deus, quando amamos nossos vizinhos, quando cuidamos da nossa família, nós nos tornamos cartazes da mensagem de Deus. Fomos feitos para este momento.