“… seus discípulos [de Jesus] desceram para o mar, entraram num barco e começaram a travessia para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha ido até onde eles estavam. Soprava um vento forte, e as águas estavam agitadas” (João 6:16-18).

Os discípulos estavam longe demais da praia, tempo demais na luta e eram pequenos demais contra as ondas. E não se via Jesus em lugar nenhum. Você já encontrou uma tempestade perigosa, sinistra, aparentemente esquecida por Deus? As tempestades nos atingem. E às vezes parece que elas nunca terão fim.

Mas então o inimaginável acontece. João não dá detalhes, apenas esta declaração econômica: “viram Jesus… andando sobre o mar” (João 6:19). Isso é tudo o que precisamos saber. Antes de Jesus acalmar a tempestade, ele vem até nós no meio das tempestades. E ele virá e o encontrará na sua. Lembre-se, amigo, você nunca está sozinho.

Você enfrenta quinze mil problemas? Antes de desistir, vire-se e olhe para Aquele que está ao seu lado. Cristo pode ajudá-lo a fazer o impossível! Você simplesmente precisa entregar a ele o que você tem e observá-lo trabalhar.

João 6:11 diz, “Jesus tomou os pães…” Esta é a história do dia em que Jesus alimentou cinco mil homens mais mulheres e crianças. Ele não precisava ter usados os pães – ele fez maná cair para os israelitas. Ao invés disso, ele escolheu usar o único cesto de um garotinho.

O que tem no seu cesto? Tudo o que você tem é uma oração tímida? Entregue-a. Tudo o que você tem é uma habilidade precária? Use-a. Tudo o que você tem é força para um passo? Dê esse passo. Deus usou três pregos e uma cruz rústica para redimir a humanidade. Se Deus pode transformar um cesto em um banquete, você não acha que ele pode fazer algo com seus cinco pães e dois peixes de fé? Lembre-se, você nunca está sozinho.

Os cristãos amam cantar, “Maravilhosa graça! Quão doce é o som que salvou um miserável como eu! Eu estava perdido, mas agora fui achado; estava cego, mas agora eu vejo” [tradução livre].

Cego. Cego para a promessa da vida eterna. Cego para o provedor da vida. Nós nos identificamos com as palavras do pedinte que era cego, “Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!” (João 9:25 NVI). A história dele é nossa história. Talvez seja por isso que João não teve pressa para contá-la. Ele precisou de apenas doze versículos para descrever como a água se transformou em vinho. Mas ele dedicou colossais quarenta e um versículos para retratar como Jesus encontrou, curou e amadureceu o cego.

Por quê? Entre as explicações está esta: o que Jesus fez fisicamente pelo pedinte cego, ele deseja fazer espiritualmente por todas as pessoas – restaurar nossa visão. Lembrem-se, meus amigos, vocês nunca estão sozinhos.

A Casa da Morte de Chungkai, Birmânia, era um acampamento japonês de prisioneiros de guerra durante a Segunda Guerra Mundial. Certa noite, um guarda japonês anunciou que estava faltando uma pá. Ele colocou seu rifle no ombro, pronto para matar um prisioneiro por vez até que uma confissão fosse feita.

Um soldado escocês disse, “Fui eu”, e o oficial espancou o homem até a morte. Os prisioneiros pegaram o corpo do homem e suas ferramentas e voltaram para o acampamento. Só então as pás foram recontadas. O soldado japonês havia cometido um erro. Nenhuma pá estava faltando.

Cristo viveu a vida que não podíamos viver e suportou o castigo que não podíamos suportar para oferecer uma esperança que não podemos resistir. Se ele tanto nos amou, podemos não amar uns aos outros?

“Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, fez um pouco de lama com a saliva, passou a lama nos olhos do cego” (João 9:6).

Aqui está algo que você não espera ler na Bíblia: Jesus cuspindo. Uma oração pareceria apropriada. Talvez um “aleluia!” Mas quem esperaria uma cuspida celestial na poeira? O Deus que enviou maná e fogo despachou saliva. E tão calmamente quanto um pintor repara um buraco na parede, Jesus cobriu os olhos do cego com uma lama milagrosa.

Algumas vezes Deus usa o menos-que-agradável. Ele inicia o milagre através de “momentos lamacentos”: demissões, decepções e crises de solidão. Você consegue se identificar? Se sim, não assuma que Jesus está ausente ou desatento à sua luta. Pelo contrário. Ele a está usando para revelar-se a você. Ele quer que você o veja. Lembre-se, amigo, você nunca está sozinho.

Jesus ainda encontra cegos e restaura sua visão. Você sabia que ele prometeu que por meio do seu ministério “os cegos verão” (Lucas 4:18)? Cristo veio para dar luz e visão.

Reflita sobre o que Jesus está fazendo no mundo mulçumano. Segundo Tom Doyle, “Mais mulçumanos têm se tornado cristãos nas duas últimas décadas do que nos mil e quatrocentos anos anteriores desde Maomé,” e “cerca de um a cada três cristãos com origem mulçumana teve um sonho ou visão antes da sua experiência de salvação”.

Jesus, meu amigo, está em busca dos cegos espiritualmente. E ele os encontra, ele os toca. Ele pode usar uma visão, a bondade de um amigo, a mensagem de um sermão ou o esplendor da criação. Mas acredite nisto: ele veio para trazer visão aos cegos. Lembre-se, amigo, você nunca está sozinho.

Naquele dia em particular junto ao tanque de Betesda, Jesus foi atraído para o personagem principal deste milagre. João capítulo cinco, versículos cinco a sete, diz assim: “Quando Jesus viu esse homem e soube a quanto tempo estava doente, perguntou: ‘Você gostaria de ficar bom?’ ‘Eu não posso’, respondeu o doente, ‘porque não tenho ninguém para me ajudar a entrar no tanque depois do movimento da água…’” Que pergunta estranha para se fazer a uma pessoa doente. Por que Jesus faria tal pergunta? O homem estava inválido por trinta e oito anos. A duração da condição levou Jesus a perguntar, “Você gostaria de ficar bom?”

Ficar bom significa levantar-se, arrumar um emprego e seguir com a vida. Você realmente quer ser curado? Essa é a pergunta que Jesus fez naquela ocasião. Essa é a pergunta que Jesus faz para todos nós. Você quer ficar bom? Lembre-se, meu amigo, você nunca está sozinho.

Família. Você pode escolher seus amigos, mas você não pode… bem, você sabe.

Pode surpreendê-lo saber que Jesus teve uma família difícil. Houve um tempo em que tinham vergonham dele. “Seus familiares… saíram para trazê-lo à força, pois diziam: ‘Ele está fora de si’” (Marcos 3:21). Os irmãos de Jesus achavam que seu irmão era um lunático. Eles não tinham orgulho – eles tinham vergonha! É importante notar que Jesus não tentou controlar o comportamento da sua família nem deixou que o comportamento deles controlasse o seu. Veja como ele definiu sua família: “Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (versículo 35).

Jesus reconhecia que sua família espiritual podia fornecer o que sua família física não podia. Se o próprio Jesus não podia forçar sua família a compartilhar de suas convicções, o que faz você pensar que você pode forçar a sua?

Bem cedo na manhã do domingo, Pedro e João receberam a notícia: o corpo de Jesus está desaparecido. Imediatamente os dois discípulos correram para o sepulcro, João foi mais rápido que Pedro e chegou primeiro. O que João viu o atordoou tanto que ele congelou na entrada. O que ele viu? As faixas do enterro não foram rasgadas e jogadas. Elas estavam em seu estado original – enroladas e dobradas. Como poderia? Esta pergunta levou à descoberta de João: “Ele viu e creu” (João 20:8 NVI). Por meio dos trapos da morte, João viu o poder da vida.

Deus poderia fazer algo parecido em sua vida? Ele poderia tomar o que hoje é um sinal de tragédia e transformá-lo em um símbolo de triunfo? Se Deus pode mudar a vida de João por meio de uma tragédia, será que ele poderia usar uma tragédia para mudar a sua?

Há momentos quando falar é violar o momento, quando o silêncio representa o maior respeito. A palavra para tais momentos é reverência, e a oração por tais momentos é “Santificado seja o teu nome”. Não se preocupe em ter as palavras certas, preocupe-se mais em ter o coração certo. Não é eloquência que Deus busca, apenas honestidade.

Esta foi uma lição que Jó aprendeu. Se ele tinha um defeito, era sua língua. Ele falava demais. Ele define Deus, explica Deus, analisa Deus. São trinta e sete capítulos no livro de Jó antes de Deus limpar sua garganta para falar, e Jó não pode deixar de entender: apenas Deus define Deus.

Jó responde, “Sou indigno… ponho a mão sobre a minha boca” (Jó 40:4). Antes de ouvir Deus, Jó não conseguia falar o suficiente. Mas depois de ouvir Deus, ele não podia falar de modo algum.